64% dos entrevistados dizem que não conseguem cumprir demandas básicas da rotina profissional quando estão endividados
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Uma pesquisa realizada pela plataforma Creditas Benefícios aponta que 71% dos brasileiros afirmam trabalhar melhor quando estão com as contas em dia. Já quando endividados, 64% dos entrevistados dizem que não conseguem cumprir demandas básicas da rotina profissional, como chegar no horário.
Segundo matéria do InfoMoney, o Brasil possui atualmente 72,04 milhões de pessoas em situação de inadimplência, segundo o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, realizado pela Serasa. A dívida média está em R$ 5.373,46, o equivalente a 3,8 salários-mínimos.
“Os dados mostram o real impacto das dívidas na saúde mental do trabalhador e também em sua produtividade dentro do ambiente profissional. Em um cenário de alto endividamento, como o brasileiro, é necessário entender como combater esse problema e os processos que podem apoiar o trabalhador na construção de um futuro financeiro mais saudável”, comenta Guilherme Casagrande, Especialista em Educação Financeira da Creditas Benefícios.
Além do desempenho no trabalho, 66% dos profissionais entrevistados acreditam que os problemas financeiros impactam diretamente na saúde mental daqueles inadimplentes, que costumam a apresentar sinais de estresse, ansiedade e insônia. O estudo foi desenvolvido nas cinco regiões do país, com mais de mil trabalhadores que possuem carteira assinada.
Educação financeira nas empresas
O estudo da Creditas aponta ainda para uma crescente na visão dos profissionais para o papel das empresas na saúde financeira. Para 92%, as companhias devem oferecer educação financeira como um benefício, apesar de somente 30% terem algum tipo de contato com o tema no emprego atual.
“Mas temos visto uma curva interessante das empresas estarem abertas a ter esse tipo de iniciativa. Há três anos, por exemplo, era mais difícil demonstrar a importância de programas de educação financeira, e de como o RH dedicar uma hora por mês — dentro da carga horária do trabalhador — para conversar sobre isso seria benéfico se a gente pensasse no longo prazo. Hoje, a proposta é inversa: as empresas estão vindo atrás”, afirma Casagrande.
“No caso das apostas, agora é bastante frequente, principalmente na indústria. É muito comum ver os colaboradores falando, apostando, se interessando pelo jogo do tigrinho. E os RHs estão vindo atrás da gente agora, falando que percebem que isso está virando algo recorrente”, completa o educador financeiro. Entre os respondentes, 75% apontaram os profissionais de RH como os responsáveis pela oferta de educação financeira nas empresas.
Impacto por gênero
Ainda segundo o estudo, as mulheres têm a saúde mental mais impactada quando o assunto é o problema financeiro: 73% delas percebem essa influência no bem-estar, contra 59% dos homens que têm essa mesma percepção.
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