Interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificam a fala da parlamentar bolsonarista apenas como ‘infeliz’
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Apesar dos protestos da esquerda após a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) chamar a também parlamentar Benedita da Silva (PT-RJ) e “Chica da Silva”, a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) não viu crime de racismo na troca de nomes.
Conforme Malu Gaspar, no O Globo, a fala de Zambelli foi classificada apenas como “infeliz” pela equipe da PGR, que ainda deverá se manifestar oficialmente em uma representação apresentada pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (PT-MG), na última quarta-feira (3).
Ainda de acordo com a coluna, interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, avaliam que para configurar o crime de racismo seria preciso comprovar que a parlamentar bolsonarista agiu com a intenção de ofender a petista.
Carla Zambelli, entretanto, divulgou nota alegando que confundiu os nomes e afirmando que pediu desculpas à colega. “Zambelli lamenta o referido lapso, mas torna público que não houve qualquer intenção de ofensa à sua colega de Parlamento. Mais uma vez, Carla Zambelli pede desculpas à deputada Benedita da Silva”, diz o comunicado. Benedita, por sua vez, disse à coluna que a fala teve, sim, cunho racista e que a bolsonarista “terá a correção necessária”.
Segundo a publicação, circula nos bastidores da PGR ainda outro argumento para descaracterizar o crime de racismo. A avaliação é que a associação com Chica da Silva não seria nada pejorativa, diante da relevância desta personagem histórica, que de escrava alforriada, se tornou uma das mulheres mais importantes da sociedade colonial de Minas Gerais.
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