Segundo o jornal Les Echo, eles prometeram aumentar entregas de equipamento militar por meio de compras no mercado mundial
Foto: Reprodução/ Redes sociais
A retórica sobre a possibilidade de participação direta dos países europeus na guerra entre Rússia e Ucrânia ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (19), quando o diretor do Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR), Sergey Naryshkin, disse à agência Tass ter informações de que a França está preparando um contingente militar de 2.000 soldados para ser enviado à área do conflito. “A atual liderança do país a França não se preocupa com as mortes de franceses comuns. De acordo com informações que chegam ao SVR, um contingente a ser enviado para a Ucrânia já está sendo preparado. Inicialmente, contará com cerca de 2 mil soldados”, disse.
Segundo informações do portal InfoMoney, ele afirmou ainda que os militares franceses “temem que uma unidade militar tão grande não possa ser transferida e estacionada na Ucrânia sem ser notada”. E fez a ameaça de que tal contingente, “sofrerá o destino de todos os franceses que já vieram ao mundo russo com uma espada”, numa alusão às guerras napoleônicas.
Ameaças de Macron
O governo francês não respondeu de imediato às declarações, mas é fato que o presidente Emmanuel Macron por duas vezes disse não descartar a opção de envio de tropas terrestres ocidentais para a zona da operação militar. Nesta semana, ele também prometeu que os países ocidentais “farão o que for necessário” para evitar a vitória da Rússia no conflito.
No sábado, Macron disse em entrevista ao jornal Le Parisien que operações terrestres ocidentais na Ucrânia podem ser necessárias “em algum momento”, mas também declarou que ele não tomaria tal iniciativa.
No último final de semana, Macron esteve em Berlim com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, no grupo chamado de Triângulo de Weimar. Segundo o jornal Les Echo, eles prometeram aumentar as entregas de equipamento militar por meio de compras no mercado mundial, bem como a produção de armas no território da Ucrânia, em cooperação com parceiros.
Nesta terça-feira (19), Pierre Schill, chefe do Estado-Maior do Exército francês escreveu em artigo no Le Monde que as forças estão de prontidão e que “contrariamente às aspirações pacíficas dos países europeus, os conflitos que se instalam nas bordas do nosso continente testemunham não tanto o regresso da guerra, mas a sua permanência como modo aceite de resolução de conflitos.”
Segundo ele, “as guerras que se desenrolam diante dos nossos olhos levam-nos a questionar a esperança que também era uma ambição desde o fim da Guerra Fria: marginalizar a guerra ao ponto de a ilegalizar, concentrar os exércitos na gestão de crises e pôr a violência de lado.” Ele escreveu ainda que “a fantasia de uma guerra moderna travada inteiramente à distância, graças às novas tecnologias, dissipou-se.” Para o chefe militar francês, “novas formas de conflito se somam às antigas sem substituí-las: a guerra eletrônica não exclui o combate corpo a corpo nas trincheiras.”
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