Foto: Divulgação
A Polícia Militar de São Paulo afirmou na segunda-feira (7) que, em 10 dos 16 supostos confrontos que terminaram com mortos na Baixada Santista, durante a Operação Escudo, as unidades contavam com câmeras corporais. Entretanto, a corporação disse que ainda verifica se todas conseguiram captar imagens.
Até o momento, segundo a PM, vídeos de sete desses 10 confrontos foram encaminhados ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
“Uma 100%, outra não conseguiu filmar o episódio… Se falar, vou chutar, mas dos 16 encontros mortais, em 10 deles havia equipamento. Em seis, não, porque eram unidades que não estão contempladas com o programa [monitoramento por câmeras] por enquanto. Essa é a única explicação”, disse o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, que representou a Secretaria da Segurança Pública.
“Tenho notícia de que, em uma viatura que contava com equipamento, uma das câmeras estava sem bateria no momento”, disse o coronel. “Qualquer outra conclusão é mera ilação”, completou.
Segundo Lopes, algumas imagens têm problema técnico com o equipamento. “Veja, esse sistema de câmeras é tão sofisticado e inteligente que têm alguns segmentos que não conseguiram se familiarizar com as rotinas”, afirmou.
Questionado pelo Metrópoles se, diante da situação no litoral, que teve até o momento 16 mortes, não seria o caso de concentrar as câmeras em unidades que estão participando da Operação Escudo, o coronel Lopes disse que não seria tão simples remanejar os equipamentos entre batalhões e até mesmo entre policiais.
“A lógica de uso do equipamento é complexa. Envolve uma sistemática de recarga, upload de imagens, controle de gestão sobre quem é o dono do patrimônio, que é caríssimo. Não é simples como o remanejamento de tonfas [cassetetes]”, disse.
De acordo com o coronel, nada impede que, no futuro, isso seja revisto em outras operações. “Não foi uma das variáveis consideradas para se determinar o remanejamento de recurso para apoio. Obviamente, não é uma questão fechada”, afirmou.
Até o momento, dos 15 Batalhões de Ações Especiais de Polícia (Baeps), o equivalente à Rota no interior, 8 contam com câmeras.
Segundo o coronel, há “questões orçamentárias elementares” que impedem o uso de câmeras por todo o efetivo policial. “O contrato de câmera corporal é, de tecnologia, um dos mais caros do Brasil, coisa de R$ 7,5 milhões por mês”, disse.
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