E-mails partiram de três militares que integravam o GSI desde o governo Bolsonaro
Foto: Isac Nóbrega/PR
E-mails obtidos pela CPMI dos atos golpistas dão conta de que a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), enviou detalhes da segurança de viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.
De acordo com Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles, as mensagens foram enviadas a Cid entre 6 e 13 de março de 2013, quando o militar e Bolsonaro estavam nos Estados Unidos. Conforme a publicação, os documentos endereçados ao ex-ajudante de ordens foram classificados como “urgentíssimos”.
Dentre as informações que chegaram ao e-mail funcional de Mauro Cid estão detalhes da segurança de eventos oficiais de Lula em Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR), todas elas realizadas em março e abril.
Segundo a coluna, as mensagens estavam na lixeira do correio eletrônico do tenente-coronel, que assim como outros auxiliares de Bolsonaro apagou uma série de e-mails da caixa de entrada, mas não da lixeira.
Conforme a publicação, o material enviado trazia detalhes das agendas do presidente, incluindo data e horário da reunião de preparação, do reconhecimento do local e da visita do escalão avançado, além da identidade e do número do celular do encarregado de coordenar a segurança do petista. Nas viagens à China, foram informados ainda os horários de decolagem dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ainda de acordo com Guilherme Amado, os e-mails partiram de três militares: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha, todos eles integrantes do GSI desde a gestão Bolsonaro.
Estes conteúdos encontrados na lixeira dos e-mails de auxiliares do ex-presidente possibilitaram à Polícia Federal e à CPMI acessar uma série de informações da antiga gestão, incluindo a negociação de relógio Rolex por Mauro Cid e um discurso com admissão de derrota nas eleições, que acabou sendo ignorado pelo ex-presidente em pronunciamento.
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