Novas conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil, neste domingo (21), mostram que o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, em chats secretos, sugeriu que o ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, protegeria o senador Flávio Bolsonaro (PSL) para não desagradar ao presidente Jair Boslonaro (PSL) e não perder a indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o site, Deltan concordou com a avaliação de procuradores do MPF de que o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, mantinha um esquema de corrupção em seu gabinete quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro. O filho do presidente é investigado por movimentações atípicas em sua conta e na de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.
No dia 8 de dezembro de 2018, Dallagnol postou num grupo de chat no Telegram chamado Filhos do Januario 3, composto de procuradores da Lava Jato, o link para um reportagem no UOL sobre um depósito de R$ 24 mil feito por Queiroz numa conta em nome da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Dallagnol disse, então, que Flávio Bolsonaro “certamente” seria implicado no esquema. A notícia levou Dallagnol a pedir a opinião dos colegas. O procurador manifestou sérias preocupações com a forma que o ministro da Justiça conduziria o caso, sugerindo que o ex-juiz poderia ser leniente com Flávio, seja por limites impostos pelo presidente ou pela intenção de Moro de não pôr em risco sua indicação ao Supremo.
“Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho certamente. O problema é: o pai vai deixar? Ou pior, e se o pai estiver implicado, o que pode indicar o rolo dos empréstimos?, digitou.
“Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, escreveu. Dallagnol completou, sobre o presidente: “Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?”. Além disto, as novas conversas mostram que Dallagnol e outros procuradores se preocuparam com eventuais entrevistas sobre outros casos de corrupção, pois, terminam que jornalistas poderiam relacionar com o caso Queiroz. Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário