FOLHA VITÓRIA
Para os investigadores, o ato das advogados contribuiu para a impunidade
Duas advogadas que divulgaram um vídeo ensinando a destruir provas após cometer crimes, foram indiciadas na última quarta-feira (17) pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais, responsáveis pelas investigações. A dupla responderá por apologia ao crime.
Identificadas como Isabela Cunha Lima e Paola Marcarini, as advogadas gravaram e divulgaram nas redes sociais, um vídeo em que dão dicas de como as pessoas podem destruir provas após cometerem um crime. Elas ainda afirmam que isso dificulta o trabalho da defesa.
Para o deputado e presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Estado, Danilo Bahiense, a atitude das duas não condiz com um comportamento ideal da profissão. "Isso é lamentável. A pessoa que age dessa maneira não é um profissional do Direito. O advogado está ali para defender tecnicamente o seu cliente, não para orientar ou concorrer com o crime", explicou.
A corregedoria da Ordem dos Advogados do Brasil, no Espírito Santo, encaminhou o caso para a Polícia Civil. Para os investigadores, o ato das advogados contribuiu para a impunidade. "Ao prestarem informações de como se esquivar das investigações policiais e, consequentemente, da perseguição penal, as indiciadas contribuem para a impunidade que certamente é o principal fator para a criminalidade existente em nosso país. Levando isso em consideração, resta claro que, ao fomentar a impunidade, as indiciadas fazem apologia ao crime."
A conclusão da investigação foi que, nesse caso, não se pode alegar o direito fundamental da liberdade de expressão. O inquérito segue para o Juizado Especial Criminal, de Vitória.
Em nota, a OAB informou que os procedimentos tramitam sob sigilo. A defesa das advogadas disse que, por enquanto, não irá se pronunciar.
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