por Fernando Duarte**Foto: Reprodução / Facebook
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, criou uma situação importante para o cenário político brasileiro ao denegar o pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o PT e esta figura mítica da política serão obrigados a se reinventar. Independente do placar final e do que ele apontar. É o mínimo a ser feito, diante do momento político criado em torno da condenação pelo juiz Sérgio Moro e da manutenção dessa decisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A grande incógnita do julgamento, o voto da ministra, logo após ser proferido, fez com que a imprensa e os juristas praticamente cravassem a rejeição do pedido, mas ainda assim Lula não se pronunciou nas redes sociais. O PT insistiu na tese da perseguição política e comparou o ex-presidente a Nelson Mandela, preso na África do Sul em meio ao regime de apartheid e que depois chegou à presidência daquele país. Não é a única alternativa possível, mas é a que resta no calor do momento. Entretanto, não deveria ser esse o caminho a ser seguido pela sigla que governou o país por mais de 13 anos. A vitimização simplista de Lula pode fazer diferença para aqueles que coadunam com os conceitos do grupo político da esquerda. Mas política, como o próprio ex-presidente e seus seguidores pregam, é a arte do diálogo e o comportamento do petismo contra o resto do mundo não é o melhor caminho para evitar uma cisma ainda maior no sistema democrático brasileiro. Lula foi um símbolo da esperança para o Brasil em 2002, quando a onda vermelha começou a tomar forma e chegou ao comando do país. Desde então, foram sucessivos escândalos que, aos poucos, foram dilapidando a imagem de mito e transformando-o em um ser real, passível de falhas. Para os aliados, ele passou incólume. No entanto, o crescimento do antipetismo mostra que Lula se tornou ícone de um Brasil que uma parcela expressiva da população não quer. Enquanto não houver mea-culpa do PT, já que o próprio ex-presidente nunca pareceu capaz de fazê-lo, o partido vai se apequenar, o que é uma perda para a nossa frágil democracia. BN
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