por Fernando Duarte**Foto: Reprodução/ IstoÉ
As eleições de 2018 estão cada vez mais parecidas com uma reedição do passado brasileiro. E não apenas do passado recente, com a nova candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificada como uma tentativa de “mostrar a inocência” do petista, conforme o próprio Lula argumenta. Na última sexta-feira (19), quando menos se esperava, um outro ator importante do pleito de 1989, Fernando Collor de Mello, ressurgiu no cenário político nacional ao declarar que tentará a candidatura à presidência da República no próximo mês de outubro. Sim, todo e qualquer leitor com um mínimo de bom senso achou que a notícia envolvendo Collor era uma piada de mau gosto ou mais um episódio de fake news, a exemplo da polêmica sobre o bambuzal do aeroporto de Salvador, que forçou o Bahia Notícias a desmentir uma nota que sequer foi publicada. Porém, diferente do caso do bambuzal, a notícia de que Collor tentaria a vaga mo Palácio do Planalto não era falsa. O mesmo Collor, que foi renunciou à presidência em 1992 na tentativa de se livrar do impeachment e acabou passando pelo processo, quer voltar a dar as cartas no plano federal, depois de ser eleito senador por Alagoas. Enquanto Lula quer revisar o passado recente, em que foi condenado pelo juiz Sérgio Moro e viu a pupila, Dilma Rousseff, ser defenestrada do Palácio do Planalto por causa de um impeachment razoavelmente questionável, Collor que revisar o passado de quase 30 anos. Caso se confirme a candidatura do ex-Caçador de Marajás, as eleições de 2018 farão um desavisado acreditar que o Brasil parou no tempo ou que entrou numa máquina do tempo, e o ciclo está prestes a ser reiniciado com o “duelo” Lula x Collor. Se até a Globo resolveu investir em novelas com temática medieval, para completar as séries de coincidências históricas com a primeira eleição direta depois da Ditatura Militar, difícil não traçar comparações. Os nomes das novelas até sugerem uma solução. Depois do clássico “Que Rei Sou Eu?”, os brasileiros vão ter que esperar que “Deus Salve o Rei”. Afinal, poucas coisas são tão assustadoras quanto o looping temporal que estamos prestes a viver. Como diria o poeta Cazuza, em 1988, um ano antes do primeiro embate entre Lula e Collor, “eu vejo o futuro repetir o passado”. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário