Na realidade, não há motivo para se comemorar a condenação unânime – três votos a zero – do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ao apreciar recurso de sua defesa contra a sentença do juiz Sergio Moro, da Operação Lava-Jato, que o havia condenado a 9 anos e 6 meses de prisão no processo que trata da aquisição de um apartamento tríplex do Edifício Solaris, na praia de Guarujá.
Os desembargadores João Gebran Neto (relator), Leandro Pualsen (Revisor) e Victor Luiz dos Santos Laus só discordaram de Sergio Moro num item da sentença: os três magistrados aumentaram a pena para 12 anos e 1 mês, justificando o acréscimo exatamente porque o crime foi cometido pela autoridade máxima do país, que, ao contrário, deveria ser a pessoa responsável por preservar o dinheiro público e não comandar sua utilização por meio de desvios e propinas beneficiando seu partido político e provocando o enriquecimento ilícito de aliados, empresários e diretores de estatais, em especial a Petrobras.
A verdade é que Lula traiu toda uma geração que acreditou que com ele na Presidência da República seria possível se fazer política com ética e sem a prática da corrupção que sempre esteve presente em quase todos os governos anteriores. Aconteceu uma autêntica covardia com os que votaram nele achando que com a chegada de Lula e do PT ao Poder seria mantida hasteada a bandeira da dignidade empunhada por uma geração que sonhava em vivar num país diferente.
Não havia, no entanto, um projeto de governo, mas sim um projeto de poder, cuja meta era de pelo menos 20 anos. O resultado do votos de TRF-4 serve agora para aqueles que desviaram e ainda desviam dinheiro público devem agora estar preocupados, porque o 3 a 0 de ontem é só o início de uma “goleada” que vai superar em muito os famosos 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Quem viver (e sobreviver), verá. por Airton Leitão
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