Foto: Fábio Massalli
Um estudo liderado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que um parasita que causava malária apenas em macacos está relacionado a casos humanos ocorridos na região de Mata Atlântica do Rio de Janeiro. O primeiro local em que o protozoário foi encontrado em humanos foi na Malásia, na Ásia. Conhecido como Plasmodium simium, o parasita foi responsável pela infecção de 28 pessoas na região de Mata Atlântica fluminense em 2015 e 2016. Com a descoberta, o protozoário torna-se causador do sexto tipo de malária humana. No Brasil, a doença era conhecidamente causada por três espécies do gênero Plasmodium: P. vivax, P. falciparum e P. malariae. Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do estudo, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), afirmou que a descoberta tem impacto relevante para a saúde pública, por representar uma nova forma de infecção. "A partir dos dados trazidos por esse estudo, é razoável supor que uma nova modalidade de transmissão, envolvendo macacos, mosquitos prevalentes na região e um parasita diferente do P. vivax encontrado na Amazônia está causando os casos nas regiões da Mata Atlântica do Rio de Janeiro e, possivelmente, em outros estados", explicou. No entanto, do ponto de vista da vigilância epidemiológica, os casos de malária que detectamos representam uma parcela mínima dos registros da doença no país. Além disso, todos os pacientes diagnosticados com a infecção apresentaram apenas sintomas leves e se recuperaram rapidamente após o tratamento", acrescentou Daniel-Ribeiro, que também é coordenador do Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária da Fiocruz. Segundo o estudo, a malária da Mata Atlântica costuma ter poucos sintomas e raramente é motivo de internação hospitalar. BN
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