por Fernando Duarte
Foto: Supapo Esporte
O mês é agosto de 2017. Porém o noticiário baiano parece estar numa viagem permanente no tempo, rumo às vésperas das eleições de 2018. Hoje, os virtuais candidatos do próximo ano, Rui Costa (PT) e ACM Neto (DEM), mostram que o tom da campanha eleitoral não será para quem tem estômago fraco. Desde a crítica do prefeito de Salvador à situação da segurança pública – um dos calos do governo estadual, admitamos -, Rui e Neto trocam farpas públicas initerruptamente. O excesso de inimizade entre ambos, todavia, não é novo e remonta ao período em que o petista chegou ao Palácio de Ondina e o gestor da capital baiana não escondeu a predileção pelo tratamento dado a ele pelo antecessor de Rui, Jaques Wagner. Então, de tempos em tempos, via imprensa, os dois voltam a se estranhar publicamente. Numa breve lista, apenas num curto exercício de memória, são crises recorrentes: interferência do grupo político do governador para impedir a liberação de obras em Salvador, integração metrô e ônibus, intervenções da Embasa na capital baiana e, com a mudança de ocupante do Palácio do Planalto, interferência do grupo político do prefeito na liberação de empréstimos do governo federal. Não faltam exemplos de descortesia pública, ainda que a polidez não tenha faltado formalmente entre as instituições. Ontem, em mais uma etapa do plano Salvador 360, cuja estratégia de marketing mantém a prefeitura com notícias positivas durante um bom tempo, ACM Neto voltou a usar uma cartada contra Rui. Acusou os governos do potencial adversário e de Jaques Wagner de serem “omissos” com o Pelourinho, área da capital baiana que ganhou banho de tinta e projeção internacional durante as sucessivas gestões do carlismo, do qual o atual prefeito é herdeiro político. Até o fechamento deste texto, o governo do estado não havia rebatido a crítica, porém, quando você ouvir ou ler o conteúdo dele, já vai haver um número expressivo de aliados de Rui tentando defende-lo. Se a crítica fosse no sentido inverso, haveria quantidade similar de fieis escudeiros de Neto. Parte do jogo. Porém, a mais de um ano da eleição, não há como não ficar receoso sobre o que se deve esperar para os próximos meses. Tomara que não esqueçam que, até nos esportes mais violentos, a regra de que “do pescoço para baixo é canela” não é válida. BN
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