Foto: Lula Marques / AGPT
Ao negar o primeiro recurso interposto pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o juiz Sergio Moro ainda comparou o petista ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No documento protocolado na última sexta (14), os advogados de Lula recorreram da sentença de nove anos e meio de prisão pelo caso tríplex e afirmaram que havia "omissões, contradições ou obscuridades". Para o juiz, no entanto, a ausência de formalidade quanto à transferência do imóvel para Lula passou por longa análise antes que ele chegasse à decisão. "Assim não fosse, caberia, ilustrativamente, ter absolvido Eduardo Consentino da Cunha (...), pois ele também afirmava como álibi que não era o titular das contas no exterior que haviam recebido depósitos de vantagem indevida, mas somente "usufrutuário em vida", comparou Moro na negativa, segundo informações de O Globo. O magistrado explicitou que a tal "vantagem indevida" não parte apenas da propriedade do tríplex ou da realização de reformas, mas sim da falta de pagamento, com abatimento na conta geral de propinas mantidas pelo PT com a empreiteira OAS. "Em casos de lavagem, o que importa é a realidade dos fatos segundo as provas e não a mera aparência", destacou. No despacho, Moro também afirmou que não menosprezou os depoimentos das testemunhas de defesa, como foi apontado no recurso (veja aqui). De acordo com o magistrado, ele apenas concluiu que o testemunho de Léo Pinheiro, como ex-presidente da OAS, tinha mais consistência como prova. BN
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