Ex-presidente participou de ato esvaziado contra a sua condenação por Moro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Nelson Almeida / AFP / 20-7-17
SÃO PAULO — Diante de um número reduzido de simpatizantes, o ex-presidente Lula afirmou na noite desta quinta-feira, em ato na Avenida Paulista contra a sua condenação pelo juiz Sergio Moro, que seus adversários se valem de processos porque não conseguem derrotá-lo na política.
— Como não conseguem me derrotar na política, querem me derrotar com processo — discursou.
Os simpatizantes de Lula ocuparam pouco mais de um quarteirão da Paulista. Na última vez em que o ex-presidente havia participado de um ato poĺítico no local, na greve geral do dia 15 de março, o público tomou cerca de cinco quarteirões da avenida.
— Se o Ministério Público e o juiz Moro tiverem um prova de que eu desviei cinco centavos, apresentem e me desmoralizem e me prendam.
— Eu não sei se vou estar vivo para ser candidato, mas eles querem impedir que eu seja indicado pelos partidos de esquerda oara ser candidato — afirmou
Em seu discurso, Lula atacou a reforma da Previdência e trabalhista.
— Se vocês elegerem comprometido com os trabalhadores, vamos ter que desmontar a desgraceira que eles fizeram.
Também voltou a dizer que a elite brasileira não aceita que os mais pobres obtenham direitos, como o de cursar uma universidade.
— A elite deste país nunca gostou que pobre tivesse direito de estudar.
O petista também defendeu a renúncia do presidente Michel Temer, conclamou eleição direta e atacou adversários políticos. Num discurso indireto, criticou o prefeito João Doria, quando disse que a cidade nunca teve tantos moradores de rua como atualmente.
— Esse é o primeiro ato, vão ter outros pelo país afora. Eles têm que saber que vamos conquistar eleições diretas para reestabelecer a democracia — disse Lula, de cima de um palanque ao lado de correligionários.
A manifestação, convocada pelo PT e por movimentos sociais, tinha como mote "Eleição sem Lula é Fraude", numa tentativa de se contrapor a um eventual confirmação da sentença de Moro pelo Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF4), o que o impediria o petista de disputar a Presidência da República no próximo ano.
— Sem Lula não é eleição, é fraude — discursou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que convocou os militantes a irem a Curitiba no dia 13 de setembro, quando o ex-presidente terá que depor novamente diante de Moro, apesar de audiência estar programada para acontecer por videoconferência. https://oglobo.globo.com / POR SERGIO ROXO
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