por Bruno Luiz
Foto: Paulo Fróes/ GOVBA
As mudanças planejadas pelo governador Rui Costa na composição do seu secretariado devem atingir ao menos quatro pastas. De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, estão na mira do petista as secretarias de Relações Institucionais (Serin), Desenvolvimento Rural (SDR), Educação (SEC) e Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). Com isso, os atuais titulares das pastas devem ser substituídos. São eles Josias Gomes, Jerônimo Rodrigues, Walter Pinheiro e Carlos Martins, respectivamente. As alterações foram anunciadas pelo governador nesta segunda-feira (17) e, como ele mesmo disse, visam as eleições do próximo ano, ocasião em que Rui pretende concorrer a um novo mandato. Segundo detalhes apurados pelo BN, com este rearranjo, o petista faz o movimento de retirar do secretariado alvos de insatisfação da base governista, nomes que têm tido desempenho insatisfatório ou quem tem manifestado desejo de retornar à capital federal para retomar o mandato. A provável saída de Josias Gomes atende a um desejo antigo dos aliados de Rui. Alvo de reclamações quase generalizadas, o secretário, que cuida da articulação política do governo, é quase unanimidade negativa entre os deputados que marcham junto a Rui. Muitos deles, inclusive, não fazem de questão de esconder o desgosto com Josias, dirigindo petardos publicamente contra ele. Para seu lugar, o mais cotado é o atual secretário de Desenvolvimento Econômico e ex-governador baiano, Jaques Wagner. Wagner já ocupou função parecida com a de Josias quando foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e precisou apagar vários incêndios na articulação política da ex-presidente, atuando nos estertores da gestão da petista. O secretário é conhecido pela sua habilidade política e poderia diminuir a insatisfação dos deputados com Josias. Segundo apurou a reportagem, o único entrave para fechar a ida de Wagner para Serin é o fato de que ele tem exigido carta branca para atuar na pasta. Ciente do perfil centralizador de Rui, o ex-governador não quer se tornar um novo Josias, sem muita autonomia. O destino do atual secretário seria, então, voltar para a Câmara dos Deputados e a reassumir a cadeira, na qual atualmente se senta o também petista Robinson Almeida. Já Walter Pinheiro (sem partido) tem demonstrado desejo de retomar o mandato como senador, ocupado atualmente pelo suplente Roberto Muniz (PP). Com isso, deve negociar com Rui sua saída da Secretaria de Educação. Ainda não se sabe quem deve substituí-lo. Outro alvo de insatisfação dos parlamentares da base, Jerônimo Rodrigues provavelmente dará adeus a SDR. Seu sucessor também ainda não foi definido. Já Carlos Martins, com desempenho considerado insatisfatório à frente da SJDHDS, pode não sobreviver a mais uma troca de secretariado. Na última reforma feita por Rui, Martins foi deslocado da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e deu lugar a Fernando Torres, ocupando a cadeira de Geraldo Reis na pasta da Justiça e Direitos Humanos. Desta vez, pode ficar fora do desenho traçado pelo governador. Também não há informações sobre um possível substituto. Além das mudanças, outros partidos da base podem ganhar mais espaço no governo Rui Costa: são os casos de PR, PDT, PP, PSB e PCdoB. Comandado na Bahia pelo deputado federal José Carlos Araújo e com a Secretaria de Turismo, o PR almeja e pode ficar com a Bahiatursa, atualmente presidida por Diogo Medrado. O presidente do PDT, Félix Mendonça Jr., afirmou ao BN que foi chamado para conversar. Conforme as informações obtidas, a ampliação de espaço para os partidos da base é vista como forma de acalmar os ânimos das legendas, que disputam vaga na chapa majoritária do próximo ano. Como as duas vagas devem ser distribuídas entre Jaques Wagner e um nome do PSD, no caso do Senado, e a vice-governadoria ser colocada novamente para João Leão (PP), saciar o apetite partidário com mais espaço poderia manter a coesão da base para o próximo ano. BN
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