do BOL, em São Paulo*Divulgação/TSE
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, ministros do STF, ficaram em uma situação de desconforto após terem seus nomes citados na delação premiada do dono do frigorífico JBS. As informações são do jornal El País.
Alexandre de Moraes, ministro indicado em janeiro por Michel Temer à vaga aberta após a morte do ministro Teori Zavascki, foi citado em conversa entre o empresário Joesley Batista e Aécio Neves, em que mencionam uma tentativa fracassada de distribuir inquéritos da Lava Jato entre delegados selecionados pelo grupo. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Aécio teria organizado com Temer e Moraes um esquema para "impedir que as investigações avançassem".
Gilmar Mendes, por sua vez, foi gravado pela Polícia Federal em um grampo autorizado pela Justiça. O áudio é uma conversa com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano pede que Mendes converse com o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), para que ele vote no Senado a favor do projeto de lei sobre abuso de autoridade.
O texto recebeu críticas de procuradores e juízes ligados à Operação Lava Jato, que viram no projeto brechas que permitiriam aos investigados processar os responsáveis pela ação da Justiça. O Senado passou a matéria, com os votos de Flexa e Aécio a favor do texto, que era defendido publicamente pelo ministro do Supremo.
Outro ministro citado em uma delação foi Dias Toffoli, mencionado pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, sobre uma vistoria feita pela empreiteira na casa do juiz e a contratação de uma empresa indicada por Pinheiro para reformas. O ministro, que foi assessor jurídico do PT e foi indicado à corte por Lula, negou na época qualquer irregularidade e declarou que pagou todas as despesas da obra.
Os ministros do STF são responsáveis pelo julgamento de autoridades com foro privilegiado, caso do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves, citados na delação de Joesley à Justiça.
Procurados pela reportagem do El País, Moraes não se pronunciou sobre a acusação da PGR, já a assessoria de Gilmar Mendes disse que as gravações não mostram nenhuma conduta ilegal, pois o ministro "sempre defendeu publicamente o projeto de lei de abuso de autoridade, em palestras, seminários, artigos e entrevistas, não havendo, no áudio revelado, nada de diferente de sua atuação pública". (Com informações do El País)
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