Por anos a Ciência considerou que o hábito de roer unhas era um indicador claro de nervosismo e ansiedade. Contudo, de acordo com um estudo publicado em 2015 pelo Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry (JBTEP) este e outros comportamentos repetitivos podem sinalizar algo muito diferente.
De acordo com a pesquisa, roer as unhas, na verdade, pode ser um indicador de perfeccionismo. “Acreditamos que os indivíduos com estes comportamentos repetitivos tendem a ser perfeccionistas, o que significa que eles são incapazes de relaxar e realizar suas tarefas em um ritmo normal”, disse o autor do estudo Dr. Kieron O’Connor, da Universidade de Montreal, no Canadá.
Para o experimento, os pesquisadores selecionaram 48 participantes com hábitos repetitivos, como roer as unhas. Eles foram pedidos a responder uma série de perguntas para determinar o seu comportamento organizacional e regulação emocional. Os participantes que roíam unhas foram identificados como perfeccionistas organizacionais, um tipo de personalidade marcada pela tendência de fazer planos detalhados, hábito de se sobrecarregar com trabalhos e propensão à frustração pela falta de atividade. Logo, constatou-se que roer as unhas e outros comportamentos repetitivos semelhantes são maneiras que essas pessoas encontram de liberar energia reprimida.
Contudo, embora o hábito revele algo impressionante sobre a personalidade e aparente ser inofensivo, a verdade é que roer as unhas pode levar a infecções e danos a longo prazo, como o enfraquecimento dos dentes e deformação das unhas. Estes riscos, normalmente, são as áreas trabalhadas pelos psicoterapeutas que buscam ajudar essas pessoas.
“Estes resultados sugerem que os indivíduos que sofrem de comportamentos repetitivos poderiam se beneficiar de tratamentos destinados a reduzir a frustração e tédio, a fim de modificar seu perfeccionismo”, explicou a pesquisadora Sarah Robert. [ Foto: Reprodução / Science Daily ]
Você é perfeccionista?
Estes são alguns dos principais sinais que indicam uma personalidade perfeccionista:
– Sentir que as coisas são “tudo ou nada” e não olhar para nada além do preto e branco;
– Ser muito duro consigo mesmo;
– Sentir-se extremamente frustrado por não conseguir alcançar objetivos;
– Ainda que alcance esses objetivos, tende a se sentir insatisfeito;
– Não começar alguma coisa até que um “momento perfeito” apareça, coisa que dificilmente acontece.
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