O ex-diretor do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, informou em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ficou sob responsabilidade dele a criação do software pelo qual eram movimentados todos os recursos de caixa 2 da companhia. De 2006 a 2014, disse, foram movimentados US$ 3,370 bilhões. Aí estariam incluídos de pagamento de propina no Brasil em outros países, como Angola, até bônus dos funcionários da empresa. No Brasil, informou o ex-diretor, a propina representava algo como 20% desse total de recursos movimentados. Em 2014, o departamento movimentou US$ 450 milhões, segundo ele. À pergunta do ministro Herman Benjamin sobre se a transferência de recursos em caixa 2 para as campanhas era feita diretamente na conta, Hilberto Mascarenhas disse que, antes, precisava “comprar reais”, o que, segundo ele, é uma operação difícil. “Até porque não se vende reais em supermercados, embora alguns vendam”, disse, sem deixar muito claro como era feita a operação. E fez até um autoelogio em razão da “qualidade” do sistema e disse: “Graças a Deus, ninguém me pegou”. As informações são da jornalista Cristiana Lôbo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário