Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
Além de citar sua relação com o ex-diretor de Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou também, em depoimento à Justiça Federal, a relação do pecuarista José Carlos Bumlai com o executivo. Bumlai é amigo do ex-presidente e também é réu no processo de tentativa de obstrução da Justiça. “Bumlai nunca disse que tinha receio da delação de Cerveró”, declarou. No seu depoimento, Bumlai afirmou que não interferiu na questão da delação do ex-gestor, conforme denunciado pelo ex-senador Delcídio do Amaral, e que nunca tratou com Lula sobre o assunto. “Qual o crime dele ligar pra mim? Era meu amigo. Ele sabe que nossa relação não permitia discutir nenhum tipo de negócio”, disse Lula em depoimento. Na oitiva de Bumlai, ocorrida na última sexta-feira (10), o pecuarista admitiu, no entanto, que seu filho, Maurício, fez dois repasses no valor de R$ 50 mil a Delcídio, mas ressaltou que o dinheiro não tinha relação com uma eventual “compra de silêncio”. No depoimento prestado nesta segunda, Lula aproveitou também para se defender de forma geral das denúncias das quais tem sido alvo nos últimos meses. “Há dois anos, tenho sido vítima de um massacre. Um cidadão considerado o melhor presidente deste país, que saiu com mais de 80% de aprovação se vê em meio de manchetes mentirosas de jornal”. Lula também apontou a criminalização do seu partido. “Me ofende profundamente dizerem que o PT é uma organização criminosa”, disse. Lula argumentou também que estava à frente de um governo de coalizão. “Me parece que está virando costumeiro nos depoimentos a falta de compreensão do que significa um governo de coalizão em todo lugar do mundo. E você não monta maioria só com quem você quer. Os partidos que comportam a base do governo indicam para os cargos”. Para falar da relação com a classe empresarial, voltou a citar Bumlai. “Eu duvido que o Bumlai ou qualquer outro empresário diga que eu os chamei para discutir qualquer promiscuidade. Eu sabia que não podia errar”, disse, acrescentando que nenhum empresário poderia dizer que ele pediu “10 centavos”. BN
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