O Ministério Público Federal (MPF) identificou doações para a campanha eleitoral de 2014 da Eldorado Celulose para o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), no valor de R$ 1 milhão, e o PTB baiano (R$ 3 milhões). Segundo informações do site O Antagonista, o procurador Anselmo Henrique aponta que uma auditoria realizada pela empresa, para apurar as irregularidades citadas na Operação Sépsis, ocorrida em julho do ano passado, tentou passar um ar de legitimidade às doações, mas avalia que o caso representa uso de dinheiro público, dos fundos de pensão Funcef e Petros, para o financiamento de campanhas políticas. "Não poderia a auditoria independente contratada pela Eldorado tratar esse fato com naturalidade. As doações podem estar relacionadas a pressões ou cooptação de grupos políticos e/ou econômicos", afirma. A Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F, também foi acusada de ter pago R$ 37,4 milhões a empresas de Lúcio Funaro, que por sua vez é apontado como operador do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB). O procurador lembra ainda que o PTB da Bahia é ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que é investigado pela Operação Cui Bono, deflagrada em janeiro deste ano, que apura um esquema envolvendo empréstimos da Caixa Econômica Federal. “Os responsáveis pela apuração independente (Ernst&Young e Veirano Advogados), pórem sob o aval de Joesley Batista e José Carlos Grubisch, sustentam a regularidade dessas doações ao afirmar que elas teriam ocorrido anos após o investimento realizado pelos fundos de pensão. Nada obstante, estamos diante de uma situação grave, tendo em vista que, em última análise, estamos falando em dinheiro público (representado pelas cotas de participação acionária indireta pertencentes a Funcef e a Petros na Eldorado) financiando campanhas partidárias no Brasil em 2014. BN
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