Segundo um novo estudo publicado na revista Circulation: Cardiovascular Genetics, o tabagismo altera a forma como certos genes são expressos, podendo levar a um aumento no risco de doenças cardiovasculares, inflamatórias e de câncer.
Uma equipe de pesquisadores analisou amostras de sangue de 15.907 pessoas, incluindo quase 9.000 fumantes atuais e antigos e cerca de 7.000 não-fumantes. Ao estudar o DNA de cada participante, os autores do estudo procuraram diferença entre os três grupos. A pesquisa concluiu que cerca de 7.000 genes parecem ser afetados pelo fumo.
O termo epigenética refere-se às formas em que os genes são modificados de forma a alterar a sua ativação. Uma modificação comum ocorre sob a forma de metilação, onde grupos metila são adicionados ao ADN, alterando o funcionamento de certos genes.
Durante o estudo, os cientistas descobriram grandes diferenças na metilação do DNA entre fumantes e não-fumantes. Além disso, eles observaram que a maioria dos genes afetados está associado a doenças normalmente atribuídas ao fumo, como câncer e doenças pulmonares.
Felizmente, a equipe descobriu que quando as pessoas param de fumar, a maioria dos lugares de metilação do DNA retornam aos níveis observados em pessoas que nunca fumaram. No entanto, um pequeno número de genes permanece alterado durante várias décadas. Isso mostra que o uso do cigarro pode deixar uma “marca” genética permanente, resultando em uma susceptibilidade ao longo da vida a certas doenças.
“Nosso estudo encontrou evidências convincentes de que o tabagismo tem um impacto duradouro sobre a nossa maquinaria molecular, um impacto que pode durar mais de 30 anos“, contou o coautor do estudo, Roby Joehanes. “A boa notícia é que uma vez que você parar de fumar, a maioria dos sinais de metilação do DNA volta aos mesmos níveis de uma pessoa que não fuma. Isso mostra que seu corpo está tentando curar-se dos impactos nocivos do tabaco“. [ IFL Science ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]
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