Por iG São Paulo *
Presidente do Senado criticou a proposta de convocar plebiscito sobre novas eleições, conforme defende Dilma em carta divulgada nesta terça-feira (16)
Minutos após a divulgação da carta da presidente afastada, Dilma Rousseff, em que chama o processo de impeachment de "golpe" e defende a realização de eleições gerais caso consiga retornar ao Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a Casa – no momento de conflagração nacional – vai cumprir o seu papel constitucional.
Renan Calheiros destacou que, como presidente do Senado Federal, trabalhará para manter a isenção durante o julgamento, que será comandado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski.
Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) espera iniciar julgamento do impeachment no dia 25 de agosto
"O julgamento começará no dia 25 [de agosto], deve se estender por três ou quatro dias e eu não tenho nenhuma dúvida – e como os senhores sabem – o presidente do Senado é apenas produto do que o Senado quer e pensa. O Senado vai cumprir o seu papel", disse Renan.
Mais cedo, antes de se reunir com o presidente em exercício, Michel Temer, nesta terça-feira (16), Renan disse ser contra a realização de um plebiscito para convocar a realização de novas eleições, como defendido por Dilma na carta. "Na democracia, a melhor saída sempre é a saída constitucional e o plebiscito e novas eleições não estão previstos na Constituição. Então isso não é bom", afirmou Renan.
A carta
No documento destinado aos senadores que irão julgar seu processo de impeachment, Dilma Rousseff se diz "compromissada com a democracia" e afirma que um eventual retorno à Presidência da República representaria a "afirmação do Estado Democrático de Direito" e poderia "contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política".
"Precisamos fortalecer a democracia em nosso País e, para isto, será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis, que não houve crime de responsabilidade. Que eu sou inocente", escreve a presidente afastada.
Ao reafirmar que o processo em curso no Congresso Nacional, também presidido por Renan Calheiros, é um "golpe de Estado", Dilma escreve: "Não é legítimo, como querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo 'conjunto da obra'. Quem afasta o Presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo e, só o povo, nas eleições. Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado. O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta". *Com informações do Estadão Conteúdo
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