O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha “ciência do estratagema criminoso” e participou “ativamente” do esquema de corrupção na Petrobras. Esta é a conclusão de procuradores da Operação Lava Jato em parecer enviado à Justiça nesta semana. "Há elementos de prova de que Lula participou ativamente do esquema criminoso engendrado em desfavor da Petrobras, e também de que recebeu, direta e indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura delituosa", escrevem os procuradores. No documento, de 70 páginas, a força-tarefa da operação no Ministério Público Federal afirma também não ser “crível” a ideia de que o ex-presidente não soubesse do esquema, por ter admitido, em 2005, existência de caixa dois no PT e por ter dito à Polícia Federal, em depoimento em março, que nomeava diretores da estatal seguindo indicações de aliados políticos. "Diversos fatos vinculados ao esquema que fraudou as licitações da Petrobras apontam que o ex-Presidente da República tinha ciência do estratagema criminoso e dele se beneficiou", dizem. Os procuradores afirmaram que o esquema de corrupção “orbitava” também em volta do PT. Apresentado ao juiz Sergio Moro na quarta-feira (3), o parecer do MPF responde a um pedido da defesa de Lula para que o magistrado se declarasse incompetente de conduzir o processo. O ex-presidente é investigado por suspeita de ocultar a propriedade de um tríplex no Guarujá, um sítio em Atibaia (SP), além de embolsar dinheiro ilícito como pagamento de empreiteiras por dadas. Os advogados de Lula sustentam que os fatos investigados pelos procuradores ocorreram no Estado de São Paulo e não possuem relação com a Lava Jato. O petista nega as acusações e diz ser alvo de perseguição política pelo Ministério Público.
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