Entrada da Fazenda da Mata, da família Neves | Foto: Lúcia Rodrigues / VioMundo
Um relatório elaborado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) aponta que a obra em uma rede de energia elétrica que atravessa uma fazenda da família do senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi realizada sem que a empresa cobrasse dos proprietários, na época em que o tucano era governador do Estado. O serviço custou, no período, R$ 240 mil. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o relatório, assinado pelo superintendente de Auditoria Interna da Cemig, Eduardo Ferreira, regras da própria estatal foram descumpridas na execução do serviço. A obra em questão é a mudança no traçado da linha de distribuição de energia Cláudio/Carmópolis, entre as torres 18 e 22, em 2007. Segundo o documento da Cemig, a obra foi realizada por conta de benfeitorias feitas na fazenda, localizada em Cláudio (MG), como cercas e casas de alvenaria para animais, ao longo da linha que existia no local. A auditoria pontua que os proprietários do terreno deveriam ter pagado o custo do serviço. "Após a realização de apurações detalhadas e do levantamento de toda a documentação, foi averiguada pela auditoria uma falha de procedimento nessa obra, pois os proprietários não chegaram a ser cobrados pelo seu valor, apesar de serem responsáveis pela execução do desvio", diz a Cemig, em nota. Cobrada do débito desde 2015, a família do senador pagou R$ 417 mil à vista (valor reajustado pelo departamento jurídico da família) à companhia na última terça (26), quando Folha já apurava o assunto. A assessoria de Aécio afirmou que sua família não reconhece a legalidade da cobrança, mas que fez o pagamento para que não haja "uso político" da dívida. Na época da obra, a Cemig era presidida por Djalma Morais, aliado de Aécio. BN
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