João Santana e Mônica Moura | Foto: Cíntia Reis / Divulgação
A Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, envolvida na Operação Lava Jato, pediu autorização do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para compartilhar informações com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a movimentação financeira dos João Santana e Mônica Moura. Os marqueteiros atuaram na campanha de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (PMDB), em 2014. As informações sobre a movimentação financeira no exterior já são utilizadas pela Lava Jato. Com a autorização, as informações podem ser utilizadas como provas em uma ação movida pelo PSDB no TSE para impugnar o mandato de Dilma e Temer. As autoridades americanas devem dar a resposta sobre o pedido em até 60 dias. Caso seja autorizado, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, poderá encaminhar as provas ao TSE. A ação, se julgada improcedente, pode impugnar até o mandato do presidente interino Michel Temer. As informações sobre a quebra de sigilo das contas da offshore Shellbil Finance, que pertence ao casal de marqueteiros, já foram compartilhadas com o Brasil em março em uma cooperação jurídica com os Estados Unidos para as investigações na Lava Jato. A movimentação financeira, realizada pelo Citibank de Nova York, não foi declarada pelo casal às autoridades brasileiras. O casal admitiu usar a conta para receber dinheiro de caixa 2 durante a campanha eleitoral em 2010. No início do ano, a Lava Jato conseguiu a quebra do sigilo da movimentação bancária, através de uma cooperação. Os marqueteiros teriam recebidos US$ 7,5 milhões de offshores utilizadas pela Odebrecht para o pagamento de propinas (US$ 3 milhões) e também de offshores utilizadas pelo lobista e operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobrás, Zwi Skornicki (US$ 4,5 milhões). Este último recurso seria um acerto de dívida da campanha de 2010. A transferência já deu origem a duas ações penais contra o casal. Novas acusações ainda devem ser apresentadas contra João Santana e Mônica Moura. bn
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