Já dizia Martin Luther King, que “Todo homem deve escolher se vai andar na luz do altruísmo criativo ou na escuridão do egoísmo destrutivo”.
Essa escolha, no entanto, de acordo com um estudo realizado recentemente e publicado na revistaHuman Brain Mapping, é muito mais fácil do que se pensava e o altruísmo pode, de fato, estar enraizado no cérebro, segundo o coautor do estudo, Leonardo Christov-Moore, pós-doutorado pelo Instituto de Neurociências e Comportamento Humano, da Universidade da Califórnia (UCLA).
Essas descobertas poderiam ajudar a fazer com que as pessoas se comportem de maneiras menos egoístas. Algo que, para Marco Iacoboni, autor sênior do estudo e professor de psiquiatria na UCLA, “é potencialmente inovador”.
Em um primeiro estudo, os pesquisadores recrutaram 20 pessoas com o propósito de monitorar a atividade cerebral a partir de um aparelho de ressonância magnética funcional. Aos participantes foram mostrados vídeos de uma mão sendo picada por um alfinete e, em seguida, foram convidados a imitar fotografias de diferentes rostos que exibiam emoções distintas, como felicidade, tristeza, comoção e raiva. Eles verificaram que as regiões da amígdala, córtex somatossensorial e ínsula interior estavam associadas com experiências de emoções, dores e imitações. Ao regular o comportamento e controlar os impulsos, eles perceberam que isso era feito por duas zonas distintas no córtex pré-frontal.
Em outra parte do estudo, eles realizaram atividades separadas com os participantes, que incluía um jogo conhecido como “ditador”. Nele, em 24 rodadas, os participantes recebiam uma quantidade específica de dinheiro, 10 dólares, e tinham a opção de manterem para si ou compartilhar com um estranho, neste caso pessoas reais que moravam em Los Angeles e cujo rendimento e idade foram utilizados, mas que tiveram seus nomes alterados para fins de privacidade.
Uma vez que o primeiro estágio do estudo foi completado, os pesquisadores compararam as varreduras cerebrais com a quantidade de dinheiro que cada um dos participantes escolheu para dar de presente. Foi verificado que um terço deles eram os mais generosos e também mostravam as respostas mais fortes nas áreas do cérebro associadas à emoção, dor e imitação. Em média, esse grupo doou cerca de 75% do dinheiro. Por outro lado, a atividade no córtex pré-frontal se mostrou mais ativa entre os participantes que doaram menos dinheiro, cerca de 1 a 3 dólares por rodada.
Em um segundo estudo, publicado agora na revista Social Neuroscience, os cientistas analisaram o córtex pré-frontal, a fim de explorar como o cérebro humano funcionava quando as pessoas eram envolvidas em momentos de tomada de decisões. Foram recrutados 58 participantes, 20 dos quais estiveram envolvidos no primeiro estudo.
Todos eles foram submetidos a procedimentos não-invasivos que colocaram algumas áreas do cérebro temporariamente enfraquecidas, a fim de diminuir a atividade cerebral. Logo, os cientistas constataram que esses participantes era 50% mais generosos quando a atividade no córtex pré-frontal era enfraquecida. Isso segundo Christov-Moore, significava que as pessoas eram mais livres para ter empatia e sentir compaixão pelos outros.
Logo, ambos os resultados sugerem uma “abertura dos olhos”. “Nós, como seres humanos, podemos ser muito mais altruístas do assumimos” e que James R. Ozinga poderia estar certo quando disse que “O altruísmo é um instinto de sobrevivência que podem estar em nossos genes – como uma força interna de bondade que começa em todo mundo a partir do nascimento”. [ Life Hack ] [ Foto: Reprodução / Life Hack ]
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