O caos da saúde no Brasil não é novidade. Ao chegar em hospitais públicos, e até particulares, ainda é possível ver crianças, idosos ou qualquer pessoa sofrendo em corredores aguardando um atendimento. Um levantamento nacional foi feito sobre os gastos per capita com saúde pelo poder público nas cidades Brasileiras, em 2014. De acordo com o estudo inédito feito pelo Conselho Federal de Medicina, junto com a ONG Contas Aberta, Salvador é a capital que menos gasta com a saúde de seus habitantes no Brasil.
O gasto médio na capital baiana, por pessoa, é de R$ 0,59 por dia - equivalente a R$ 215,35 por ano - esse valor é seis vezes menor que a média nacional. Os números foram divulgados em uma reportagem, na edição desse domingo (28), do Fantástico, na TV Globo.
Se considerarmos o Brasil todo, o gasto do poder público em saúde por habitante é de R3,89, por dia. Ao ano, pouco mais de R$1.419,84. A capital que mais gasta é Brasília. Mas mesmo gastos maiores não resultam em melhoria do atendimento à população.
Ainda segundo a reportagem, "falta dinheiro para tudo em Salvador, inclusive para quem ainda nem nasceu". Foi possível flagrar na maternidade Climério de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a primeira do Brasil, uma mãe em trabalho de parto sentada em uma cadeira por mais de 4 horas, pois não tinha leito disponível na unidade.
O médico obstetra Paulo Gomes Filho, um dos diretores da maternidade, afirmou que a equipe preferiu atender todas as grávidas que chegarem naquela unidade. "Não é o mais adequado, mas é possível ser feito, porque nossos cidadãos precisam nascer. Já enfrentamos tantas outras crises e nossa história é rica de lutas. Nosso sangue negro é carregado de vitórias", falou emocionado.
No entanto, quando questionado por que tem tantas pessoas reclamando nas portas dos hospitais, o Secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas Boas, diz que a situação não existe. "Você não vê [...] não existe colapso nem crise na saúde da Bahia".
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