Estudantes da USP de Lorena, no interior de São Paulo, criaram um detergente a partir do bagaço da cana de açúcar, capaz de matar em 48 horas larvas do mosquito Aedes Aegypti- causador de dengue, zika e chicungunya.
Quando entra em contato com as larvas do mosquito, o detergente é capaz de desfazê-las.
O produto foi patenteado e aguarda o investimento de empresas para entrar no mercado.
O inseticida foi finalizado em fevereiro deste ano, mas sua descoberta aconteceu em 2012.
Segundo o aluno Paulo Franco, doutorando em biomedicina e um dos responsáveis pelo projeto, a pesquisa pretendia criar um inseticida que não atingisse o meio ambiente, ou os animais durante o uso e também na produção.
O detergente
O produto foi desenvolvido com micro-organismos que são cultivados com o bagaço da cana de açúcar.
Em contato com a água, o produto reduz a tensão da superfície, o que desestabiliza as larvas – fazendo com que elas afundem. Além disso, as larvas se desfazem em até 48 horas.
“O detergente em água faz com que reduza a tensão superficial, então tudo que tem nessa superfície ela afunda [o mosquito se desenvolve na superfície]. O produto não deixa que a larva chegue até a fase de mosquito, que pode transmitir a dengue”, explicou Paulo.
A pesquisa é supervisionada pelo professor Doutor Silvio Silvério da Silva.
A eficácia do produto já foi comprovada, segundo o pesquisador e o trabalho rendeu ao doutorando a seleção para a final do prêmio Idea to Product, organizado pela Universidade do Texas.
Segundo Franco, desde o ano passado o inseticida está disponível para laboratórios.
“Dependemos que alguém compre a nossa ideia para poder chegar ao resultado, que é minimizar os impactos da dengue. A questão maior é que a doença atinge países de clima quente e, em maioria, está presente em lugares subdesenvolvidos, o que limita o mercado. Mas ainda temos esperança”, disse. Com informações do G1
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