O Globo - “O zika nas Américas é uma história em desenvolvimento”, diz o virologista Amílcar Tanuri, da UFRJ, um dos maiores especialistas em genética de vírus do Brasil. É uma história triste. Faz parte dela a descoberta no fim de semana do zika no cérebro de dois bebês, um deles com microcefalia e o outro com uma devastadora malformação cerebral. Eles morreram logo após nascer. Foram infectados quando as mães estavam por volta da 18ª semana de gestação. E o vírus permaneceu com eles o tempo todo até o nascimento.
Essa é a primeira vez que se mostra o impacto direto do zika sobre o cérebro de bebês no Brasil, o que reforça a tese de problemas congênitos registrados em bebês de mães que tiveram a doença. A pesquisa toda desenvolvida aqui é básica para descobrir como o vírus causa danos e, assim, poder combatê-lo. O poder do zika se alimenta, em parte, do desconhecimento. Ninguém sabe como um micro-organismo sem importância se transformou num inimigo letal. — Pobres desses bebês — lamenta Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ.
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