Gregorio Vivanco Lopes
O título é emprestado de um jargão da medicina, que vem sendo vulgarizado ultimamente. Descreve com um realismo cru a situação desesperadora de certos doentes terminais, que nada mais têm a esperar da vida, a não ser talvez o milagre. É comum encontrar essa expressão nos obituários, como indicação da causa mortis.
Também a sociedade humana constitui um corpo. Muito mais complexo que o dos indivíduos, é certo, mas nem por isso imune a misérias e vicissitudes de toda ordem. Assim é que, contemplando o mundo de hoje, tão distante daquele ideal de civilização que outrora fez a glória da Igreja e da sociedade temporal, a imagem da falência dos órgãos me vem à mente.
A sanidade moral dos diferentes órgãos da sociedade parece ter entrado em falência múltipla, a um passo da decomposição final. São os políticos, com sua corrupção financeira; são as famílias que, em grande número, vão se desfazendo; são os indivíduos, frequentemente sujeitos à droga, ao nudismo que avança e às perversões de todo tipo; são por fim os meios eclesiásticos, cada vez mais penetrados pela fumaça de satanás e entregues à autodemolição, ambas constatadas por Paulo VI.
E daí vem a pergunta: estaremos já bordejando aqueles acontecimentos terríveis descritos por Nossa Senhora em Fátima? Bem sabemos que Ela previu os castigos, mas também o triunfo do Imaculado Coração de Maria, e que depois “será dado ao mundo algum tempo de paz”.
Mas enquanto tal triunfo não se dá, é dever nosso não fechar os olhos ao fato de que Nossa Senhora em diversas aparições tem chorado como a melhor das mães poderia chorar sobre o filho sujeito à falência múltipla dos órgãos e já em estado terminal.
A nós cumpre não dobrar os joelhos diante do Baal moderno que avança, mantendo-nos distantes de suas loucuras e indignando-nos com suas blasfêmias, quando não as pudermos impedir. (*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
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