O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso pela Operação Lava Jato, mencionou o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante troca de mensagens de celular que foram interceptadas pela Polícia Federal.
Aécio vem sendo apontado como o líder do movimento que tenta o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas cada vez mais a sua conduta é questionada. Ele já foi mencionado no depoimento do doleiro Alberto Youssef que afirmou que Aécio recebia um mensalão de 120 mil dólares, mas as investigações foram arquivadas. E dessa vez, qual será a desculpa para arquivar e blindar mais essa investigação contra o tucano?
Durante a campanha de 2014, a campanha de Aécio Neves recebeu da empresa OAS doações que somam R$ 7.480.715,55.
O relatório da Polícia Federal possui 38 páginas e transcreve as correspondências de Léo Pinheiro que foram anexadas aos autos da 14ª fase da Lava Jato. Com base no relatório é que foram efetuadas as prisões de executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht.
A menção ao presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, foram feitas durante uma conversa de Léo Pinheiro com o diretor superintendente da OAS Internacional, o senhor Augusto Cézar Uzeda. Nas mensagens, os dois acertam um encontro de Uzeda com o embaixador de Moçambique, que estava viajando para o Brasil na época. "Vou confirmar sua ida. Nesse mesmo horário vou estar com Aécio", diz trecho da mensagem de Léo Pinheiro.
Léo Pinheiro é um dos réus da operação Lava Jato e sob ele recaem acusações de atuar no núcleo empresarial do esquema que cartelizava licitações de obras da Petrobras e pagava propina para diretores da estatal.
Em dezembro de 2012, menos de duas semanas após a mensagem de Léo Pinheiro, Aécio Neves foi lançado pré-candidato a presidente da República pelo PSDB para 2014 em um evento com o então presidente da sigla Sérgio Guerra, que morreu no ano passado, e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.
O ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, é acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter cobrado e recebido, no ano de 2009, propina no valor de R$ 10 milhões para que a CPI da Petrobras, que investigava denúncias contra a estatal na época, pudesse ser "ignorada" ou "acabada" ou "postergada". E assim aconteceu e a CPI não vingou e tudo continuou acontecendo.
Apesar de citado em uma delação do doleiro Alberto Youssef como sendo um político que "dividia" a propina referente a uma diretoria da estatal energética Furnas com o ex-deputado do PP José Janene (morto em 2010), Aécio Neves teve o inquérito contra ele na Lava Jato arquivado a pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Em nota à imprensa, o senador Aécio Neves confirmou que se encontrou com Léo Pinheiro. "O senador já esteve com ele, mas não sabe se nessa data específica", afirmou a nota, sem dar detalhes sobre o assunto que o tucano teria tratado com o executivo. http://www.netcina.com.br
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