Extra - Foto: Foto: Reprodução vídeo
Polícia investiga agressão
“Vai, Diego, estala”. Com a ordem do motorista, o trocador de uma van começa a sessão de tapas, socos e chineladas em Marcelo Barbosa, 41 anos, na manhã do último domingo. O rapaz cobrava a passagem, e o homem pedia calma. Ele não tinha o valor. Marcelo é esquizofrênico e, naquele dia, levou 68 golpes por não ter R$ 3,40. O agressor e o motorista, que gravou a ação, já foram identificados e intimados a depor na 36ª DP (Santa Cruz), que investiga o caso.
— O pessoal adora fazer uma covardia — esbraveja Marcos Barbosa, de 32 anos, que é irmão de Marcelo.
Essa não é a primeira vez que o rapaz é agredido. No ano passado, ele chegou com hematomas no rosto. A família, no entanto, não sabe exatamente o que aconteceu — já que, por causa da doença mental, Marcelo não conseguiu explicar os machucados do episódio de 2014. Da agressão na van, só consegue lembrar com clareza que ficou “apavorado” e que o cobrador vestia camisa “azul e branco”.
O vídeo que levou a 36ª DP a abrir um inquérito mostra o cobrador de bermuda, chinelo e camisa regata pedindo o dinheiro da passagem para Marcelo. O motorista, que grava a cena, pede para o rapaz parar com a agressão depois que o cobrador já deu 30 golpes na vítima. O agressor ainda dá uma ordem: “Nunca mais faz isso”.
Apesar dos pedidos, o motorista não para de filmar, nem impede as agressões, que só terminam quando o cobrador expulsa Marcelo da van.
Parentes dos dois acusados já foram ouvidos. A Polícia Civil informou que “a irmã da vítima foi ouvida como representante legal e recebeu o encaminhamento dele para exame de corpo de delito”.
O amigo do motorista que compartilhou as imagens em redes sociais também foi à DP. Nem ele, nem os dois acusados tiveram nomes revelados.
A Coordenadoria Especial de Transporte Complementar, órgão da Prefeitura do Rio que regula as vans, informou que está verificado se o veículo é legal ou não para adotar as medidas cabíveis.
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