POR O GLOBO
Google: possível discriminação de gênero em seus anúncios - Virginia Mayo / AP
RIO — Homens podem ter mais chances de receber anúncios de empregos com melhores salários por meio dos algoritmos do Google do que mulheres. É o que indica um recente estudo realizado pelo Instituto Internacional de Ciências da Computação da Universidade de Carnegie Mellon, nos EUA, cuja proposta era analisar o comportamento de usuários frente aos anúncios do Google e suas configurações.
Um dos exemplos destacados na pesquisa mostra que um anúncio de emprego com salário superior a U$ 200 mil anuais realizado por um serviço de recrutamento foi mostrado pelo Google 1.852 vezes para homens, mas somente 318 vezes para mulheres.
Os pesquisadores, no entanto, ressaltaram a impossibilidade de determinar se casos como esse observados no estudo ocorreram por culpa do Google, do anunciante, dos sites ou dos usuários. Além disso, apenas os resultados de um anunciante foram examinados.
"De qualquer forma, esses resultados podem servir como um ponto de partida para investigações mais profundas pelas próprias companhias ou por órgãos reguladores", afirma o estudo.
O pesquisadores argumentam ainda que a discriminação é inerente aos anúncios direcionados, cujo objetivo é "tratar alguns de forma diferente", e dizem acreditar que "nenhum estudo científico é capaz de demonstrar a discriminação no sentido injusto, já que a ciência não é capaz de demonstrar declarações normativas".
Em um comunicado, um porta-voz do Google afirmou que "os anunciantes podem escolher atingir a audiência que quiserem", e que a empresa possui políticas que guiam o que é permitido nos anúncios baseados em interesses.
"Nós provemos transparência para os usuários com os textos 'Porque esse anúncio' e nas configurações de anúncios, assim como na habilidade de recusar a exibição dos anúncios baseados em interesse", afirmou a companhia. http://oglobo.globo.com
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