Do R7 - Tomar calote após emprestar nome pode acabar em inadimplência * Robson Souza/Futura Press/Estadão Conteúdo
Motivo de briga entre amigos e familiares, emprestar o nome para alguém é uma tremenda responsabilidade, mas nem por isso deixa de ser uma prática comum no Brasil. Uma pesquisa inédita feita pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que dois em cada dez brasileiros já fizeram compras para terceiros, com a promessa de receber no futuro.
Entre os entrevistados que afirmaram ter pedido o nome de alguém para conseguir crédito, 31% estavam em algum cadastro de inadimplência. Outros 24% afirmaram que já não tinham mais limite no cartão ou cheque especial.
Esse tipo de favor é baseado na confiança, uma vez que, se a pessoa que pediu não pagar, o dono do cartão ou responsável pelo crediário é quem vai ter que pagar a dívida. O educador financeiro do SPC, José Vignoli faz o alerta.
— O recomendável é nunca emprestar ou pedir o nome emprestado, mesmo que seja para algum parente próximo ou amigo íntimo. Dizer ‘não’ pode até abalar a amizade, mas, se a pessoa diz ‘sim’ sem pensar nas consequências daquele ato, corre o risco de perder não somente o amigo, mas também dinheiro e ficar com o nome sujo.
Segundo a pesquisa, 19% afirmaram já ter pedido o cartão de crédito de alguém para fazer uma compra. Pais (32%), amigos (21%) e familiares (20%) são as pessoas que costumam emprestar. Esse também é o meio de pagamento mais perigoso quando o assunto é endividamento.
Os juros do rotativo do cartão de crédito chegam a 360,6% ao ano. A fatura pode ficar impagável em poucos meses e o que era para ser um favor vira uma grande dor de cabeça. Isso porque, normalmente, a pessoa que pede emprestado já está com alguma dificuldade financeira, observa a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.
— O consumidor que acaba cedendo aos pedidos, precisa recordar que a pessoa que pede esse tipo de favor já tem o próprio nome com restrição e, provavelmente, enfrentará dificuldades para pagar o compromisso em dia.
A pesquisa ainda revelou que a maioria dos casos não é em situação emergencial. Muito pelo contrário. O nome de terceiros é usado para adquirir calçados, roupas, móveis, eletrônicos, smartphones.
Para quem tem o hábito de emprestar o nome a terceiros, vale a dica dos especialistas: só concordar se tiver condições de arcar com um eventual calote. Caso contrário, o risco de ficar inadimplente é alto.
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