Doença de Chagas está perto de ter uma cura terapêutica.
Pesquisadores brasileiros criaram uma vacina capaz de neutralizar o parasita causador da doença (Trypanosoma Cruzi).
Testes com camundongos obtiveram resultados favoráveis: o tratamento aumentou em 80% a taxa de sobrevivência e diminuiu a arritmia cardíaca dos animais.
Há 20 anos cientistas vêm desenvolvendo a vacina com o financiamento de diversas universidades brasileiras, sob a supervisão do professor Maurício Rodrigues, da Unifesp.
“Mais de 10 milhões de indivíduos na América Latina convivem com a Doença de Chagas já na fase crônica e o tratamento convencional muitas vezes não funciona.
A vacinação terapêutica levaria à redução dos sintomas, queda da mortalidade e melhora da qualidade de vida dos doentes”, explica Rodrigues ao Planeta Universitário.
Teste
A vacina, testada em camundongos infectados com o parasita, foi capaz de reduzir em cinco vezes a carga parasitária.
Foram divididos dois grupos de animais, o primeiro composto por indivíduos infectados imunizados e o segundo com animais infectados sem a vacina.
Todos animais do segundo grupo morreram, enquanto apenas 20% do primeiro não sobreviveram.
Doença de Chagas
A doença é transmitida por meio do barbeiro (Triatoma Brasilienses).
Em casos crônicos pode causar insuficiência cardíaca por conta do alargamento dos ventrículos do coração, além da dilatação do esôfago e do cólon.
Até hoje os tratamentos convencionais só conseguiram retardar os sintomas, mas não atingiram a cura total.
O mecanismo da vacina promove a indução de linfócitos que acompanham e neutralizam o parasita por toda sua vida.
“Usamos vírus recombinantes com proteínas importantes para induzir a imunidade contra o parasita”, explica Rodrigues. “Uma vez injetados no organismo, os vírus não são capazes de se reproduzir, mas entram nas células e produzem as proteínas dentro delas”.
Apesar de a doença estar quase extinta no Brasil - apresentando apenas casos isolados -, em países como Bolívia, Peru e Venezuela o mal é bastante recorrente.
Apesar de ter apresentado bons resultados em camundongos, o teste ainda não foi feito com humanos. Com informações da Galileu
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