Os casos de dengue no país cresceram 57,2 em janeiro deste ano, se comparado ao mesmo período de 2014, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o titular da pasta, Arthur Chioro, a crise hídrica registrada em alguns estados brasileiros é um dos principais motivos da multiplicação dos casos de dengue, na medida em que a população das regiões atingidas pela estiagem acaba estocando água de forma inadequada.
"É fundamental entender que as pessoas, as famílias, a sociedade têm que ter cuidado com o acondicionamento de água em casa. Nesses momento em que está faltando água, tem ameaça de faltar água, muitas pessoas estão preocupadas em acumular água em casa sem proteção, sem que os vasilhames estejam corretamente fechados. Isso facilita a reprodução do mosquito transmissor da dengue", alertou o ministro da Saúde em entrevista à TV Globo.
Dados do governo federal mostram que, no mês passado, foram registrados 40.196 casos notificados de dengue no Brasil. No mesmo período do ano passado, haviam sido registrados 26.017 casos.
Arthur Chiro adverte que o armazenamento de água nas residências sem a devida proteção eleva o risco de depósito da larva do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue e do vírus chikungunya, que provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém, mais dolorosos.
"Temos de lembrar que agora, além da dengue, nós temos o chikungunya. É o mesmo mosquito, é o mesmo mecanismo de transmissão, por dois vírus diferentes. Portanto, perigo em dobro. A responsabilidade de todos também aumentou", ressaltou Chioro.
Na Região Sudeste, os casos de dengue saltaram 55,3%, com 22.636 registros. No Centro-Oeste, o aumento identificado pelo Ministério da Saúde foi de 20% (8.169 casos notificados).
Na avaliação por unidades da federação, o estado que proporcionalmente registrou a maior elevação dos casos de dengue em janeiro foi o Acre. Lá, 2.673 pessoas foram diagnosticadas com a doença, o que equivale a 338,3 casos a cada 100 mil habitantes.
Somente no município acreano de Cruzeiro do Sul as autoridades de saúde confirmaram 2.305 casos de dengue no primeiro mês de 2015, contra sete registros em janeiro do ano passado.
Na Região Sudeste, os casos de dengue saltaram 55,3%, com 22.636 registros. No Centro-Oeste, o aumento identificado pelo Ministério da Saúde foi de 20% (8.169 casos notificados).
Cai número de casos graves
Embora o governo federal tenha identificado um aumento nas notificações da dengue, o levantamento também apontou que caiu em 71,4% a incidência de casos graves da doença – passou de 49 registros no início de 2014 para 14 em janeiro deste ano.
Conforme o Ministério da Saúde, o número de mortes em decorrência da dengue também teve queda. No primeiro mês do ano passado foram registrados 37 óbitos, e em janeiro de 2015, seis.
Na avaliação de Arthur Chioro, a atuação do ministério e das secretarias estaduais e municipais de saúde ao longo do ano passado auxiliaram a reduzir o número de casos graves da doença. O ministro atribui parte dessa redução à capilarização do programa federal Mais Médicos, que fornece profissionais de saúde a municípios do interior do país e das periferias de grandes centros urbanos.
"Nós temos os profissionais do Mais Médicos agora atuando em regiões onde você não tinha antes atendimento básico. Então, todo esse esforço faz a diferença na hora de diagnosticar os casos e tratá-los de forma adequada", disse o ministro.
Casos de dengue por região:
Sudeste: 22.636 casos (aumento de 55,3%)
Centro-Oeste: 8.169 (20%)
Norte: 4.010 (10%)
Nordeste: 3.906 (9,5%)
Sul: 2.104 (5,1%)
Estado com maior incidência da dengue em janeiro, por 100 mil habitantes:
Acre: 2.673 casos (338,3 por mil habitantes)
Goiás: 6.386 casos (97,9 por mil habitantes)
Mato Grosso do Sul: 1.124 casos (42,9 por mil habitantes)
São Paulo: 17.612 casos (40 por mil habitantes)
Tocantins: 504 casos (33,7 por mil habitantes)
Fonte: Com informações do G1
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