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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Aborto legalizado salvaria vidas, dizem defensores


"Aborto e regulação da mídia só serão votados passando por cima do meu cadáver". A frase dita pelo presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", causou indignação aos que defendem a ampliação do direito ao aborto no Brasil, que já é reconhecido por lei em casos específicos, como riscos à vida da mãe e estupro. Para Maria José Rosado, presidente da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, o parlamentar, que é evangélico, trata o assunto de forma pessoal em vez de representar a população em um caso que precisa olhar pela saúde da mulher. "É uma questão de política e saúde pública. Ele não pode tratar o assunto com as convicções pessoais. Não é isso que se espera de um representante. Não pode, simplesmente, impor que não se falará mais sobre um assunto que causa a morte de milhares de mulheres", afirma Maria José. "É obrigação do Estado dar condições para que elas possam dizer se querem continuar uma gravidez ou não. Para isso, precisamos discutir". Na opinião de Lenise Garcia, presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto, a declaração de Eduardo Cunha foi apenas para reforçar o que ele pensa, justamente para que o aborto não seja mais colocado em pauta, embora pense que, por termos legais, deve voltar à tona. "A maioria dos deputados é contra, assim como não é o desejo da maioria da população [dados do Ibope de setembro de 2014 concluíram que 79% da população é contra a descriminalização]. Porém, já tivemos outros políticos defendendo esse crime, também com uma opinião pessoal. É muito mais grave colocar uma posição a favor desse assunto quando se é parlamentar, já que estamos falando de um crime", disse ela, que acredita que a legalização pode encorajar mais mulheres a recorrerem à prática.

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