Do UOL, em São Paulo/Juca Varella/Folhapress
O Reino Unido pode ter sua primeira escola voltada para o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) em até três anos. A ideia é receber cerca de 40 estudantes a partir dos 13 anos em período integral e outros 20 em meio período na cidade de Manchester, no norte da Inglaterra.
O projeto é da LGBT Youth North West, que recebeu financiamento da administração local para transformar parte do centro comunitário que administra em escola. Contudo, o plano está ainda em fase de consultas prévias.
"Trata-se de salvar vidas", diz a diretora da instituição, Amelia Lee, ao jornal "The Daily Telegraph". "Apesar das leis que alegam proteger os gays do bullying homofóbico, a verdade é que, sobretudo na escola, o bullying ainda é incrivelmente comum e faz com que os jovens se sintam isolados e alienados, o que muitas vezes leva à evasão escolar e, na pior das hipóteses, ao suicídio."
Para o deputado conservador e ex-ministro da Educação Tim Loughton, a iniciativa é um passo atrás. "Não posso ver como segregar um grupo de jovens identificados por sua sexualidade possa ajudar a melhorar o envolvimento e a compreensão. Precisamos fazer muito mais para combater o bullying homofóbico e para criar uma sociedade mais tolerante."
Em contrapartida, Lee acredita que as escolas britânicas não estão preparadas para lidar com questões de identidade sexual. Ela lembrou, ainda em entrevista ao "The Telegraph", do caso de Elizabeth Lowe, que cometeu suicídio aos 14 anos por medo de revelar aos pais que era lésbica.
"É para combater problemas como estes que nós queremos trabalhar com escolas e unidades de referência para ajudar os jovens que estão lutando contra o bullying no ensino regular", afirmou a diretora da LGBT Youth North West.
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