Do UOL, em São Paulo
É preciso tempo para recuperar a confiança dos mercados, mas o governo brasileiro está no caminho certo após as medidas anunciadas recentemente, disse o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional), Alejandro Werner.
"A confiança é difícil de se recuperar, mas as autoridades brasileiras começaram com o pé direito", disse ele, acrescentando que ainda há mais a ser feito.
"Nós acreditamos que todo o pacote está na direção correta, mas há mais a ser feito tanto no lado fiscal como em infraestrutura", disse.
Werner referiu-se a quatro medidas envolvendo a cobrança de tributos em operações de crédito, combustível e importação, anunciadas pelo governo brasileiro nesta semana.
As mudanças fazem parte do "trabalho de equilíbrio fiscal" para "aumentar a confiança dos agentes econômicos", disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao fazer o anúncio.
Governo aumenta tributos
Entre as medidas anunciadas está o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as operações de crédito ao consumidor de até 365 dias. O imposto passa de 1,5% para 3% ao ano, alíquota que estava em vigor em 2011. Além disso, fica mantida a cobrança de 0,38% para cada operação, em vigor desde o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira).
A intenção do governo é conter o consumo e, consequentemente, tentar segurar a alta da inflação.
Outro objetivo é melhorar a receita pública: o governo estima que essas alterações gerem R$ 20 bilhões adicionais em arrecadação.
Outra medida anunciada foi o ajuste da alíquota do PIS/Cofins sobre a importação, de 9,25% para 11,75%. Segundo o ministro, trata-se de uma correção para "não prejudicar o produtor doméstico".
A terceira mudança anunciada foi o aumento de taxas sobre combustíveis. A elevação do Pis/Cofins e a retomada da Cide aumentarão o preço da gasolina em R$ 0,22 e o do diesel em R$ 0,15.
O reajuste de Pis/Cofins para combustíveis tem efeito imediato; a alta da Cide entra em vigor em 90 dias.
Finalmente, a última medida envolve a tributação do setor de cosméticos: os atacadistas passarão a pagar IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) igual aos industriais. (Com Reuters)
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