O clima de terror que os ataques do grupo radical islâmico Boko Haram espalhou pelo Nordeste da Nigéria nos últimos meses já obrigou cerca de 900 mil nigerianos a deixar seus lares e pertences e migrar para outras localidades em busca de proteção, comida e medicamentos. Segundo a Agência Nacional de Gestão de Emergência (Nema), na última quinta-feira (15), o total de deslocados pela ação extremista do Boko Haram chegava a 868.235. Parte dessas pessoas em fuga está abrigada em um dos 20 acampamentos montados pelas autoridades nigerianas para receber os necessitados. Além dos que fogem do Boko Haram, os acampamentos abrigam uma parcela dos 66.087 nigerianos afetados por desastres naturais recentes. Segundo o diretor de Busca e Salvamento da agência, Charles Otegbade, apenas os cinco campos que mais receberam refugiados abrigavam, há quatro dias, 389.284 pessoas. Só Adamawa havia recebido, na quinta-feira, 123.601 nigerianos e 125.991 estavam em Yobe. Em Taraba, havia 81.790, além de 11.483 em Gombe e 46.419 em um espaço do estado de Bauchi. A violência tem obrigado muitos nigerianos a cruzar as fronteiras com países vizinhos. Camarões e, principalmente, a República do Níger receberam vários desses desalojados. No Níger, segundo a Cruz Vermelha, mais de 25 mil pessoas receberam ajuda humanitária desde outubro do ano passado. "Além de dar assistência aos feridos, precisamos fornecer, com urgência, alimentos, água potável e artigos básicos para os milhares de pessoas – a maioria mulheres e crianças – que continuam fugindo da violência", diz o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Loukas Petridis, em um comunicado em que a organização humanitária afirma que os confrontos e a segurança precária têm esvaziado as cidades e povoados fronteiriços no Nordeste da Nigéria. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário