O Bolsa Família está sendo pago a pessoas mortas e a funcionários públicos, com salários bem maiores do que o limite do programa, conforme denúncia de uma ONG contratada pela prefeitura de Jacarezinho. A prefeitura decidiu fazer um novo recadastramento de todas as famílias participantes do programa federal, para evitar novas fraudes. As informações são do G1-PR.
Os entrevistados, agora, vão de porta em porta para atualizar os dados. De 2,3 mil pessoas cadastros no município, 2 mil já passaram pela fiscalização – até agora, estima-se que uma em cada dez famílias estão em situação irregular.
A lista com pessoas que já morreram e ainda recebem o benefício tem seis nomes, segundo a prefeitura. A mãe de uma das beneficiárias, Natividade dos Santos, afirma que a filha já morreu há dois anos e não sabe quem está sacando o dinheiro. “Eu não sei quem é que está pegando esse dinheiro. Se está vindo, não sou eu que estou pegando e nem alguém da minha família”.
A dona de casa Arlete Lourenço dos Santos não tem renda fixa, mas é casada com um funcionário público, cujo salário é de R$ 1,5 mil – pelas regras do programa, portanto, não poderia receber o Bolsa Família. “O salário dele é dele. Pertence a ele, não a mim”, explica, negando que há irregularidade na prática.
A conselheira tutelar Míriam de Fátima Ricas também fazia saques regulares do benefício, de R$ 112 por mês, mesmo com salário de R$ 1,5 mil. Ela afirma que se inscreveu no programa quando estava desempregada e não sabia das regras. “Acreditei que seria dado baixa. Eu não sei como funciona. Não é um erro, foi falta de informação”.
Depois da entrevista à RPC, Míriam procurou a Secretaria de Assistência Social para devolver o dinheiro que reconheceu ter recebido de forma indevida.
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