A Polícia Civil de Goiás divulgou nesta sexta-feira (21) um relatório escrito de próprio punho pelo vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, em que ele comunica à empresa de vigilância onde trabalhava sobre o sumiço de uma arma. De acordo com a polícia, o revólver ao qual ele se refere foi furtado por ele próprio e é o mesmo apreendido com o suposto serial killer. No relatório, o vigilante chegou a pedir que “os inocentes não paguem pelos responsáveis” em relação ao desparecimento da arma.
A atitude foi considerada irônica pelo delegado titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polati. “Embora escrevesse uma carta avisando que [a arma] havia sido extraviada nós sabíamos [após as investigações e apreensão] que ele havia furtado”, afirma.
O documento foi escrito em 17 de setembro de 2012. Segundo a polícia, desde então, Tiago vinha utilizando a arma para cometer crimes, dentre eles homicídios. O vigilante escreve que o desaparecimento do revólver foi constatado no dia 15 daquele mês. “O cofre não tinha sinais de arranhamento, o que indica que alguém deixou destrancado ou alguém estava de posse da chave”, escreveu o suposto serial killer.
Ainda de acordo com Polati, o extravio da arma chegou a ser registrado em boletim de ocorrência feito por representantes da empresa. Tiago raspou a numeração do revólver e a identificação da arma como aquela perdida pela empresa só foi feita após exames no Instituto de Criminalística.
Além do resultado positivo na comparação do revólver com as balas que mataram diversas vítimas, o instituto também constatou um defeito no objeto. “O exame de funcionamento demonstrou que a arma apresentava um defeito no tambor, daí porque em algumas situações ela vinha a falhar”, afirma Polati, citando os casos de Ana Maria Victor Duarte e de uma jovem abordada pelo vigilante em uma lanchonete.
Investigação
A Polícia ainda investiga se Tiago furtou outras armas ou se ele mentiu o número de crimes cometidos por vaidade. “Ele diz ter usado somente uma arma de fogo e nós entendemos que talvez esse fato não seja verídico porque algumas mortes de moradores de rua não vêm coincidindo a balística entre os projéteis retirados das vítimas e a arma apreendida”, afirma Polati.
“Entretanto não sabemos até que ponto ele realmente matou todas essas pessoas. Temos que comprovar como foi feito, que ele realmente é o responsável. Nós temos dúvidas em relação a alguns eventos que ele pode sim ter se acometido a autoria justamente para valorizar a própria situação dele perante a sociedade”, completa.
Também nesta sexta-feira a polícia anunciou que concluiu os três primeiros inquéritos contra o vigilante. O suposto serial killer foi indiciado pelas mortes de Juliana Neubia Dias, de 22 anos, Rosirene Gualberto da Silva, 29 anos, e Arlete dos Anjos Carvalho, de 16 anos.
A Polícia Civil afirma ter certeza da autoria de Tiago em 16 crimes. Segundo Polati, o Instituto de Criminalística ainda não finalizou os laudos, mas já constatou que os exames de balística foram positivos para a arma apreendida com o vigilante em 13 homicídios.
São eles os casos de: Ana Maria Victor Duarte, Bárbara Luiza Ribeiro Costa, Lílian Sissi, Wanessa Oliveira Freire, Mauro Ferreira Nunes, Thamara da Conceição, Taynara Rodrigues da Cruz, Isadora Aparecida Cândida, Janaína Nicácio, Bruna Gleycielly, Pedro Henrique de Paula Souza e Ana Karla Lemes da Silva.Nos demais as mortes foram causadas por outros tipos de ferimentos.
A expectativa do delegado é de que na próxima semana o Instituto de Criminalística finalize os documentos e os envie à Polícia Civil para conclusão destes inquéritos. Fonte: com informações do G1
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