O rendimento médio dos trabalhadores ocupados subiu 2,3% em relação a setembro e bateu R$ 2.122,10. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é o maior valor da série histórica, que tem início em março de 2002.
Na comparação com outubro de 2013, subiu ainda mais, 4,0%. "Foi bem substancial. O rendimento médio real da população ocupada, tanto no mês quanto no ano foi apresentado crescimento", afirmou Adriana Araújo Beringuy, técnica da coordenação de rendimento e trabalho do IBGE.
"Ele não cresceu tanto de um mês para o outro, ele já vem crescendo ao longo de 2014. A gente tem percebido o crescimento não só em 2014, mas na série como um todo", completou Adriana.
No mês, a indústria, o comércio e outros serviços impulsionaram o rendimento. “Em termos das atividades econômicas onde as populações ocupadas tiveram os maiores ganhos, pode se destacar a indústria, que no mês os trabalhadores dessa atividade tiveram um aumento real de 6,4%, o comércio com 1,3% e os chamados outros serviços com 3,6%”, disse.
Em 2014, a indústria aponta um crescimento do rendimento dos trabalhadores de 6,1%, construção cerca de 3%. " E da mesma forma, o comércio e também os outros serviços". Na comparaçao anual com outubro de 2013, os trabalhadores de todas as atividades econômicas tiveram ganho no rendimento real, segundo Adriana.
Ainda de acordo com a especialista, em 2013, o rendimento médio da população ocupada era de R$ 2016,92 no período de janeiro a outubro de 2013 contra R$ 2073,08, no mesmo período de 2014. “Especificamente na indústria, era R$ 2131,16 em 2014 contra R$ 2095,03, em 2013. Foi 1,7% maior”, explicou a técnica.
Desemprego recua
Já a taxa de desemprego ficou em 4,7% em outubro no conjunto das seis regiões metropolitanas, depois de atingir 4,9% no mês anterior e foi a menor taxa para o mês de outubro desde o inicio da série, em março de 2002.
“É [um resultado] estável na comparação mensal. Frente a setembro, não houve variação estatisticamente significativa, porém, na comparação com outubro do ano passado houve queda de meio ponto percentual. Houve de fato aumento de população ocupada na comparação mensal”, afirmou Adriana.
A quantidade de pessoas desocupadas somou 1,1 milhão, mostrando estabilidade em relação a setembro e queda de 10,1% frente ao mesmo período de 2013. Já a população ocupada chegou a 23,3 milhões, indicando uma ligeira alta de 0,8% na comparação mensal e uma estabilidade diante de outubro de 2013. A população não economicamente ativa foi estimada em 19 milhões. Em relação a setembro, houve estabilidade e, frente a outubro de 2013, cresceu 3,3%.
“Estou querendo frisar que mesmo com aumento da ocupação - que é uma coisa que a gente não estava vendo nos últimos meses - a taxa está estável no mês. Ao contrário do que ocorre no ano, que a taxa cai. E essa taxa cai em função da redução da desocupação. Então, a queda da desocupação contribuiu mais para a redução da taxa nessa comparação anual do que o crescimento da ocupação no mês não movimentando a taxa de maneira estatisticamente significativa”, afirmou a técnica de coordenação do IBGE.
No setor privado, o número de trabalhadores com carteira assinada bateu 11,7 milhões, sem variação significativa nas duas comparações.
“De modo geral, ao longo desse ano de 2014, o comportamento, o indicador da ocupação tem se mantido estável, não tem apresentado resultados importantes, estatisticamente significativos ao longo do ano de 2014. É um dos indicadores que mais têm apontado estabilidade. Especificamente agora em outubro, houve variação positiva de 0,8 nesse indicador de ocupação", afirmou Adriana.
Salários
O salário médio dos ocupados subiu 2,3% em relação a setembro e bateu R$ 2.122,10, é o maior da série histórica, que tem início em março de 2002. Na comparação com outubro de 2013, subiu ainda mais, 4,0%.
Entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, Salvador foi a única que mostrou queda no desemprego - a taxa passou de 10,3% para 8,5%. Nas outras regiões, não variou. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa subiu em Porto Alegre (de 3,0% para 4,6%) e diminuiu em São Paulo (de 5,6% para 4,4%). As outras capitais não
mostraram variação.
“A queda em Salvador foi em virtude de redução de população desocupada de 40 mil pessoas. Parte dessa desocupação de Salvador, parte dela migrou para inatividade e parte migrou para a ocupação. Basicamente 50% para cada lado”, explicou Adriana.
Nível de ocupação
A proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa, chamado de nível de ocupação, ficou em 53,6%. Aumentou em relação a setembro, quando atingiu 53,2% e diminuiu diante de outubro de 2013, quando a taxa chegou a 54,2%.
“O ano [2014] tem sido de manutenção, sem grandes perdas ou acréscimos", disse Adriana. De acordo com a técnica, a média de janeiro a outubro da população ocupada registrou 23.044. Em 2013, o mesmo período tinha 23.077. “Ou seja, estabilidade. E em termos de geração de vagas, sem variações importantes”. A população desocupada, no entanto, tem apresentado movimentação importante de redução no ano de 2014, conforme afirmou.
Sazonalidade
O aumento da população ocupada não pode ser diretamente associado ao aumento das vagas de trabalho que ocorre no fim de ano: “Não sei se seria pertinente associar a essa questão da sazonalidade. No caso do comércio por exemplo, isso não estaria acontecendo. E na indústria, são 0,7%, ela não está dispensando como ocorreu em outros meses, pode ser que seja um processo de interrupção na indústria. Tem a construção com 55 mil vagas, então, de fato ficou muito difuso, então, vendo pela questão sazonal, não seria o caso.”
Caged
O Brasil fechou 30.283 empregos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no útlimo dia 14 pelo Ministério do Trabalho.
Trata-se do pior resultado para meses de outubro, pelo menos, desde 1999. Também é a primeira vez que houve fechamento de vagas para meses de outubro nos últimos 15 anos. Em outubro de 2013, foram abertas 94.893 vagas formais, de acordo com dados oficiais.
No mês passado, as admissões somaram 1.718.373, enquanto os desligamentos ficaram em 1.748.656. Foi o pior desempenho em admissões para meses de outubro desde 1999.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o resultado negativo foi influenciado, principalmente, pela perda na construção civil (-33.556), agricultura (-19.624) e indústria de transformação (-11.849). Por outro lado, ele destacou avanços no comércio (+32.771), serviços (+2.433) e administração pública (+184). Por: Juliana Araujo / 180graus.com/
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