Um estudo publicado pela “Medical Hypotheses” e divulgado pelo “Washington Post” mostra que, para algumas pessoas, mastigar gelo pode ser melhor do que ter uma relação sexual. Segundo a pesquisa, pessoas que possuem deficiência de ferro no organismo podem desenvolver um distúrbio conhecido como pagofagia, desejo compulsivo em mastigar e chupar gelo.
Os pesquisadores dividiram os participantes da pesquisa em anêmicos e saudáveis e pediram para que eles consumissem ou um copo de água morna ou uma xícara de gelo. Após 22 minutos, todos eles passaram por um teste de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). O resultado foi surpreendente: os indivíduos com deficiência de ferro que tomaram água morna tiveram um desempenho muito mais lento do que os indivíduos saudáveis. Já aqueles que optaram por mastigar gelo apresentaram resultados tão positivos quanto os não-anêmicos.
Segundo o “Washigton Post”, a compulsão por gelo é causada por alotriofagia ou transtorno de pica (nome infeliz), que se manifesta pelo apetite por substâncias não nutritivas e até não-comestíveis, como terra, carvão ou tecidos. Segundo a pesquisadora Melissa Hunt, o desempenho mais rápido daqueles que optaram por ingerir gelo pode estar relacionado a um reflexo semelhante ao momento em que se mergulha em água fria. É como se um gatilho fosse acionado e enviasse mais sangue para o cérebro após a exposição à água gelada.
Há, contudo, contradições no estudo que levaram dois hematologistas a apontar falhas na pesquisa. Segundo eles, apresentar uma deficiência de ferro não significa necessariamente ser anêmico. Em todo caso, nenhum deles pode negar o efeito poderoso do gelo em seus pacientes:
“Um deles me disse: ‘Eu amo gelo. É melhor do que sexo’”, disse um hematologista.
Imagem (meramente ilustrativa) Reprodução/Wikicommons (Texto: Ana Clara Otoni)
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