Ray Melo, editor de política de ac24horas
A democracia depende de uma sociedade civil bem informada
A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada. Isso é indiscutível. Para manutenção dos avanços no processo de transparência, o acesso à informação deve permitir ao cidadão participar, avaliar e apoiar iniciativas, tanto de seus representantes nos poderes constituídos pelo voto, quanto nas instituições que defendem os direitos individuais e os conflitos que possam surgir na vida em sociedade, como é o caso do Poder Judiciário.
O bom jornalismo não é feito para ofender nem afrontar quem quer que seja, mas serve para esclarecer à sociedade sobre o passo a passo dos responsáveis pela condução da máquina pública. Um ente público deve estar preparado para ser questionado e responder quando for indagado. Ele precisa ser acessível. A transparência e o acesso à informação têm que ser praticados por todo servidor, independente de sua função. Neste ponto de vista, ninguém está acima da lei.
Não apenas os jornalistas, mas o cidadão também pode exercer plenamente, quanto possível, o direito de criticar funcionários de governos ou políticas insensatas e tirânicas praticadas. Os cidadãos e os seus representantes eleitos ou concursados devem reconhecer que a democracia depende de acesso mais amplo possível a ideias, dados e opiniões não sujeitos a censura ou impedimentos burocráticos ou por força de espírito de corpo institucional.
A explanação pode até ser longa e cansativa, mas poderá servir como uma reflexão sobre qual é o papel de cada peça no tabuleiro da administração do bem comum. Um servidor, ao se tornar inatingível e inacessível, pode gerar dúvidas sobre sua conduta e transparência. Uma importante peça não pode achar que é o coração da máquina. A imprensa não busca ser mais importante do que qualquer poder público. A imprensa busca apenas o direito de bem informar.
O papel da Justiça é inquestionável. Ela pode ser considerada a virtude primeira das instituições sociais. A Justiça tem a prerrogativa de fazer prevalecer a verdade e resguardar os direitos individuais, além de garantir a liberdade de pensamento. Na maioria das vezes que acreditei ser vítima de injustiças em processos por minha atuação profissional, a Justiça fez a devida correção. Não posso deixar de reconhecer a imparcialidade dos operadores da lei.
Nunca entrei em embates ou produzi reportagens com a intenção de envergonhar, difamar pessoas ou instituições. Acredito que o jornalismo, muitas vezes, faz o papel de fiscalizador das atividades institucionais. O revanchismo nunca conduziu minha trajetória profissional. Confiando na isenção e nas boas intenções dos operadores da Justiça, espero apenas que estes servidores se tornem mais acessíveis e receptivos ao exercício do jornalismo.
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