Além do R$ 1 milhão, apontado por Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff e não declarado na justiça eleitoral, parte da campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao Senado em 2010 foi bancada por empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras e que teve seus executivos presos nesta sexta-feira, 14. Declarados oficialmente, só das empreiteiras com contratos com o governo e e seus diretores, Gleisi recebeu R$ 3,71 milhões. Na sua prestação de contas, a petista declarou R$ 7,97 milhões arrecadados na sua campanha eleitoral. As doações equivalem à 46,49% das arrecadações de Gleisi. Esse montante deve ser maior, já que Gleisi recebeu mais R$ 2,78 milhões dos diretórios nacional e estadual do PT. E como as doações das empreiteiras costumam representar 75% da arrecadação do PT, estima-se que Gleisi recebeu outros R$ 2,08 milhões de forma indireta das empreiteiras. Somado os dois montantes, as empreiteiras bancaram 72,63% da campanha de Gleisi em 2010.
Detalhando os valores, Gleisi recebeu das seguintes empreiteiras e seus diretores: Camargo Correa (R$ 1 milhão), OAS (R$ 780 mil), UTC Engenharia (R$ 250 mil), CR Almeida (R$ 250 mil), Coesa Engenharia (R$ 220 mil), João Sanches Junqueira (R$ 170 mil), Antonio Sanches (R$ 170 mil), Paulo Francisco Tripoloni (R$ 170 mil), Cavalca Construções (R$ 100 mil), Construtora Central do Brasil (R$ 100 mil), Contax (R$ 100 mil), Alusa Engenharia (R$ 70 mil), Paranapanema (R$ 50 mil), Carlos Roberto Nunes Lobato (R$ 50 mil), José Maria Ribas Muller (R$ 50 mil), Cimento Itambé (R$ 50 mil), Brookfield Brasil (R$ 30 mil), Ecoplan Engenharia (R$ 25 mil), Arteleste Construções (R$ 25 mil), Fidens Engenharia (R$ 25 mil) e Enpa Engenharia (R$ 25 mil).
Nota-se que Gleisi recebeu R$ 510 mil de três diretores da construtora Sanches e Tripoloni, a empreiteira responsável pela construção do Contorno Norte, em Maringá – obra suspeita de superfaturamento e investigada pelo TCU – e que custou R$ 412 milhões. Gleisi e seu marido, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) foram acusados ainda de usar o jatinho da empreiteira na campanha de 2010.
Além disso, Yousseff confirmou que entregou R$ 1 milhão para Gleisi, através de um empresário dono de shopping popular em Curitiba, em quatro parcelas de R$ 250 mil. Yousseff confirma a versão das anotações na caderneta de Paulo Roberto Costa em que se registra “P.B – 0.1″ – e que significa, segundo os dois delatores, “R$ 1 milhão para Paulo Bernardo”.
A máquina de arrecadação do PT sobre as empreiteiras é gigantesca. O jornal “Folha de S. Paulo”, em maio deste ano, apontou que dos R$ 79,8 milhões doados ao PT nacional em 2013, quase R$ 60 milhões – o equivalente a 75% do total – veio de empresas construtoras. Grupos como Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão figuram na lista de maiores patrocinadores da sigla por meio de doações ao diretório nacional do partido. O pagamento é feito de maneiras diversas. Enquanto a Odebrecht fez apenas três doações no ano, sendo uma delas de R$ 4 milhões, a Galvão Engenharia contribuiu mensalmente com o partido. Foram 12 doações ao longo do ano, sendo 10 delas no valor de R$ 500 mil.
http://www.fabiocampana.com.br/2014/11/gleisi-recebeu-r-47-milhoes-das-empreiteiras-do-petrolao/#more-245991
Nenhum comentário:
Postar um comentário