Por Josias de Souza
Sucessor do delator Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza mastiga há dois dias o pão que o Tinhoso amassou. Seu nome foi lançado pela Polícia Federal na fogueira da operação Lava Jato como suspeito de receber propinas. Depois impor a Cosenza 48 horas de existência como corrupto, a PF informa que errou. Heimmmm?!?!?
Chama-se Márcio Adriano Anselmo o delegado federal que admitiu o erro. Ele se manifestou depois de receber ofício do juiz Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato. O magistrado estranhou que, ao interrogar executivos e empreiteiros suspeitos de corrupção, a PF tenha enfiado o nome de Cosenza em suas perguntas. Citou-o na condição de suposto beneficiário de propinas. Como não dispunha de nenhuma “prova concreta” do envolvimento desse diretor da Petrobras, Moro cobrou explicações.
O delegado Márcio Adriano respondeu por escrito. Lê-se no texto: “Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Cumpre esclarecer que não há, até o momento, nos autos, qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras.”
Hummmmmm!!! Erro material? Ora, Cosenza foi citado em pelo menos cinco interrogatórios. Os inquiridores da PF informavam aos depoentes que os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef haviam citado os nomes de beneficiários de propinas na Petrobras. Além deles próprios, mencionaram os ex-diretores Renato Duque e Nestor Cerveró, e o diretor José Cosenza. Perguntavam, então, se os interrogados confirmavam a informação.
Hummmmmm!!! Erro material? Ora, Cosenza foi citado em pelo menos cinco interrogatórios. Os inquiridores da PF informavam aos depoentes que os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef haviam citado os nomes de beneficiários de propinas na Petrobras. Além deles próprios, mencionaram os ex-diretores Renato Duque e Nestor Cerveró, e o diretor José Cosenza. Perguntavam, então, se os interrogados confirmavam a informação.
Submetidos a respostas negativas, os perguntadores da PF indagavam dos depoentes se conheciam Cosenza. Por quê? Leia-se o que o delegado Márcio Adriano respondeu ao juiz Moro: “Em relação ao outro quesito em que se questiona se os investigados conhecem o mesmo, foi formulado apenas em razão de o mesmo ter sucedido a Paulo Roberto Costa, [na] área em que foram identificados os pagamentos, bem como por ter sido seu gerente executivo.” Ai, ai, ai…
Numa operação com poucos equívocos, como a Lava Jato, não parece razoável que o suposto erro da PF passe em branco. Em qualquer investigação, todo investigado é inocente até prova em contrário. Num caso em que dez delatores colaboram com o suor dos seus dedos indicadores, a eliminação do benefício da dúvida é um erro banal demais para ficar impune.
A essa altura, a plateia se pergunta: afinal, o nome de Consenza foi ou não mencionado pelos delatores Paulo Roberto e Youssef? Vai ficar por isso mesmo? Não parece razoável. Convém recordar que os “erros materiais” da PF sujeitam o contribuinte a pedidos de indenização milionários.
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