Renan Antunes de Oliveira/Do UOL, em Florianópolis/Arquivo pessoal
A jovem Jéssica Maiara Garcia, 17, foi atropelada e morta por um tio em Santa Catarina
A polícia de Santa Catarina encontrou na noite dessa quinta (20), num matagal em Forquilhinha, na Grande Florianópolis, o corpo da estudante Jéssica Maiara Garcia, 17, desaparecida desde o dia 14. Segundo o delegado Luiz Rosado, ela foi atropelada e morta por um tio, André Luiz da Silva, 47. Ele nega o crime e disse que foi um acidente. O delegado afirmou que Silva já teria sido preso em fevereiro de 2006 por abuso sexual de menores.
O Instituto Geral de Perícias (IGP) ainda não concluiu o laudo para apurar a causa da morte nem se houve violência sexual.
Na última vez em que foi vista, a menina estava caminhando de casa para um ponto de ônibus, às 12h30 do dia 14, de onde iria para o Colégio Estadual Marieta Konder Brandão.
A polícia começou a investigar o caso no dia 15. Colegas de Jéssica deram o alerta pelas redes sociais, logo mobilizando milhares de pessoas em São José, na parte continental de Florianópolis.
Familiares e amigos distribuíram cartazes pedindo informações sobre o paradeiro dela. Casado com a irmã da mãe da menina, o tio parecia muito abalado e foi até bastante ativo nas buscas.
Segundo o delegado Rosado, as investigações se concentraram nele pelo comportamento errático. Apesar do clima de comoção na família, ele convidou a mulher para ir à praia no sábado. No domingo, disse que queria viajar a São Paulo para comprar um carro.
As buscas se dispersaram porque a polícia recebeu dezenas de telefonemas e pistas falsas. A polícia fechou as investigações no tio na terça-feira (18), quando foram encontradas imagens de uma câmera de segurança com Jéssica no carro dele.
Segundo a polícia, ele negou participação no sumiço até ser confrontado com as imagens. Na tarde de quinta-feira (20), Silva finalmente indicou onde estava o corpo: um matagal às margens de uma rodovia, a cerca de 7 km de casa.
A vítima estava vestida. O corpo, envolvo em sacos plásticos, já apresentava sinais de adiantada decomposição, devido ao calor dos últimos dias. A polícia disse que o tio usou a frase "foi burrice" para iniciar a confissão. Ele teria confessado que ofereceu carona à jovem até o ponto de ônibus, mas ultrapassou o lugar e tomou um caminho desconhecido. No trajeto, teria tentado assediar a sobrinha.
Segundo seu depoimento, Silva disse que "a menina ficou nervosa [ao perceber que ele tinha saído da rota], abriu a porta e se atirou para fora do carro em movimento, batendo com a cabeça no meio-fio, aí eu passei por cima dela com as rodas traseiras".
O delegado Rosado disse que, apesar de indicar o local onde estava o corpo e afirmar que a morte foi um acidente, Silva se recusou a assinar o depoimento.
Assim que a notícia foi divulgada, cerca de 50 pessoas cercaram a 1ª Delegacia de Forquilhinha esperando pelo suspeito, na noite de quinta-feira. Por precaução contra um possível linchamento, ele foi levado para a central de polícia de Florianópolis. O suspeito está no presídio masculino da capital.
Com relação aos seus antecedentes, o delegado Rosado afirmou que Silva foi preso em flagrante num motel com duas menores, de 14 e 17 anos, em 2006, mas escapou à condenação. Até a tarde desta sexta-feira (20), Silva ainda não tinha advogado.
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