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O juiz aposentado Francisco Eclache Filho, 65, é suspeito de matar a mulher com que vivia em Restinga Seca (a 258 km de Porto Alegre)
Um juiz mineiro aposentado está preso em uma cela especial do Palácio da Polícia, em Porto Alegre, acusado de matar a tiros a mulher com quem vivia no interior do Rio Grande do Sul. O crime ocorreu no dia 22 de julho, seis meses depois que o casal - que se conheceu pela internet - passou a morar junto.
Francisco Eclache Filho, 65, é juiz aposentado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Naquele Estado, é tido como um excelente profissional. Depois de dois casamentos, conheceu pela internet a economista Madalena Dotto Nogara, 55, solteira, mãe de uma mulher de 32 anos e ex-secretária de Finanças e da Indústria da cidade gaúcha de Restinga Seca (a 258 km de Porto Alegre), na região central do Rio Grande do Sul.
Depois de conversas pela web iniciadas em outubro de 2013, o casal se aproximou. Em janeiro, Eclache Filho deixou a casa em que vivia na cidade mineira de Manhumirim e foi morar com Madalena, em Restinga Seca.
Conforme o inquérito policial, ciúmes e o abuso de álcool por parte do juiz azedaram a relação. Foi então que, na noite de 22 de julho, Eclache Filho matou, dentro de casa, Madalena. Ela foi atingida por quatro tiros do revólver 38 do companheiro. Os disparos foram feitos no peito, nas costas e na cabeça.
Após os tiros, o magistrado fugiu do local. Ele foi preso na manhã seguinte, no litoral gaúcho, depois de cair em um buraco no km 74,6 da BR-101, entre Torres e Osório. Ao socorrer Eclache Filho, policiais rodoviários perceberam que ele estava sendo procurado como suspeito do assassinato.
Na delegacia, o juiz alegou que Madalena havia sido atingida acidentalmente, quando ele a ensinava a manusear a arma. A desculpa não convenceu o delegado Gustavo Brentano, que o prendeu em flagrante.
No dia 5 de agosto, a juíza Juliana Tronco Cardoso, da Comarca de Restinga Seca, recebeu a denúncia do Ministério Público contra Eclache Filho por homicídio triplamente qualificado. Segundo o advogado do juiz, Ramon D'Avila Prottes Soares, o assassinato se deu por legítima defesa. Sobre a fuga, o defensor afirma que Eclache Filho estava voltando para Minas Gerais, onde se apresentaria à Justiça.
O magistrado está em uma cela individual na carceragem que abriga policiais. Ele deve permanecer preso até o julgamento. Dois habeas corpus já lhe foram negados.
A reportagem tentou contato com o MP, mas não obteve retorno. O advogado de Eclache Filho também foi procurado para comentar o desenrolar do processo, mas não foi localizado.
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