O presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia, anunciou que vai entrar com ação na Justiça para pedir o afastamento do conselheiro Mário Negromonte do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em um desdobramento dos últimos episódios relacionado aos escândalos da Petrobras, que podem repercutir nas eleições deste ano. Ex-ministro das Cidades e ex-deputado federal, Negromonte é apontado, segundo reportagem da Veja, como um dos integrantes da lista de políticos que teriam se beneficiado de um esquema de corrupção na estatal.
De acordo com a revista, Negromonte foi citado em depoimentos do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal. Costa aceitou a delação premiada para tentar reduzir sua pena. O ex-líder do PP na Câmara foi indicado para o tribunal pelo governador Jaques Wagner. "Não se pode admitir que ele continue a julgar contas dos prefeitos. Ele próprio deveria pedir o seu afastamento, voluntariamente, até que sejam concluídas as investigações", afirmou Aleluia. Em resposta, Negromonte definiu o democrata como seu "inimigo político e pessoal" e disse que ele estaria com "dificuldade de arrebanhar votos". E partiu para o ataque. "Ele enricou na política. Foi investigado na CPI do Orçamento e salvo por um acordo de lideranças. Ele e outro deputado de Pernambuco [Sérgio Guerra, já falecido]. Não tem passado para falar mal de ninguém", declarou. Diante da manifestação de Negromonte, Aleluia fez um desafio: "Se ele tem algo contra mim, mova uma ação. Ele não vai me intimidar".
Além disso, fez uma comparação com o caso do conselheiro Robson Marinho, afastado pela Justiça do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, após o Ministério Público afirmar que ele ajudou a multinacional francesa Alstom a conseguir um contrato sem licitação com estatais do setor de energia.
Sobre o pedido de afastamento, o ex-ministro disse que precisaria haver um "fato concreto" para motivar a Justiça a proceder de tal forma. Negou ainda ter recebido qualquer vantagem ou benefício relacionado ao esquema na Petrobras. "Estou com a minha consciência tranquila. Fui denunciado algumas vezes e as denúncias viraram pó", afirmou. Negromonte deixou o Ministério das Cidades no começo de 2012, após uma série de denúncias envolvendo sua atuação à frente da pasta. (ATarde)
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